Portugal: eleitas 3 deputadas de origem guineense
É a primeira vez que acontece: o parlamento português vai ter três deputadas negras – de três partidos diferentes – e todas eleitas por Lisboa.Outra curiosidade: são todas de origem guineense, uma situação que justificou uma mensagem de parabéns enviada pelo Governo de Bissau.
Publicado a: Modificado a:
Em comunicado o Ministério guineense dos negócios estrangeiros fala, mesmo, num momento histórico na democracia portuguesa.
A mais conhecida das três novas deputadas é Joacine Katar Moreira – porque é também a primeira mulher negra cabeça de lista de um partido nas legislativas: o Livre.
Tem 37 anos, vive em Portugal desde os 8, é licenciada em História Moderna e Contemporânea, Mestre em Estudos do Desenvolvimento e doutorada em Estudos Africanos.
Não tem experiência política mas promete levar “desconforto” ao Parlamento, onde quer ser o rosto de uma esquerda antifascista, feminista, anti-racista e verde. E a quem lhe aponta a gaguez como falha diz que “gagueja quando fala mas não quando pensa”.
Tal como Joacine Moreira, também, Beatriz Gomes Dias vem do activismo anti racial: a nova deputada era número três na lista do Bloco de Esquerda, partido de que é militante há 12 anos, e pelo qual foi autarca em duas freguesias de Lisboa.
Tem 48 anos, vive em Portugal desde 1975. É professora de Biologia no secundário, e activista do Movimento em Defesa da Escola Pública.
Beatriz Gomes Dias promete continuar a inscrever as reivindicações do combate ao racimo e à xenofobia na agenda política e mediática.
Romualda Fernandes foi eleita pelo Partido Socialista onde era a candidata número 19.
Tem 65 anos, vive em Portugal desde 1968. Era autarca na assembleia de Freguesia de Benfica, e vogal do Conselho diretivo do Alto Comissariado para as Migrações.
Quando ocupar o seu lugar no parlamento, promete lutar contra a exclusão social e a discriminação étnico racial.
Três mulheres que fazem mudar o cenário no hemiciclo, onde há bem pouco tempo a falta de representatividade era apontada como exemplo quando se falava dos efeitos do racismo em Portugal.
Ouça aqui a correspondência de Anabela Góis em Lisboa.
Correspondência de Lisboa
NewsletterReceba a newsletter diária RFI: noticiários, reportagens, entrevistas, análises, perfis, emissões, programas.
Me registro