Dívida moçambicana pode ser insustentável
O Presidente Filipe Nyusi afirmou ontem em Bruxelas recear que a dívida pública moçambicana possa ser insustentável, hoje o FMI informou que as conversações vão prosseguir para avaliar as implicações desta dívida que poderá ser superior a dois mil milhões de dólares.
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Este sábado o FMI afirmou que as conversações com Moçambique vão prosseguir, para avaliar as implicações da dívida ocultada à instituição, admitindo que esta pode ser superior a dois mil milhões de dólares.
As conversações com as instituições de Bretton Woods serão doravante lideradas pela vice-ministra moçambicana das Finanças Isaltina Lucas.
Ontem em conferência de imprensa em Bruxelas, no final da visita de dois dias ao reino da Bélgica com uma passagem pela Alemanha, o Presidente Filipe Nyusi manifestou o seu receio quanto à sustentabilidade da dívida pública de Moçambique, que de acordo com dados não oficiais ultrapassa os dois mil milhões de dólares.
Em Março, ainda antes das últimas revelações do jornal britânico Financial Times, o governo moçambicano admitiu que os empréstimos contraídos para lá do limite de sustentabilidade da dívida poderiam fazer entrar o país em incumprimento ou "default".
Entretanto, diversas vozes ligadas as organizações da sociedade civil moçambicana exigem um esclarecimento a nível nacional, da situação real da dívida pública do país, tal como requerem os dois principais partidos da oposição, Renamo e MDM.
A comissão de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados de Moçambique condenou ontem em comunicado a falta de transparência do governo ao ocultar dívidas garantidas pelo Estado o que indicia a prática de acções criminais e pede à Procuradoria Geral da República que reponha a legalidade violada e responsabilize os que nela estão envolvidos.
Orfeu Lisboa, correspondente em Maputo
A União Europeia mostrou-se disposta a apoiar Moçambique na resolução da crise politico militar que o país vive, o que é igualmente uma reclamação da RENAMO, o principal partido da oposição.
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