Moçambique: Exército não vai desmobilizar
O chefe da delegação do Governo na Comissão Mista do diálogo político, Jacinto Veloso, revelou que as Forças de Defesa e Segurança não se vão mover dos locais onde se encontram. Esta seria uma das reivindicações da Renamo na carta enviada ao Presidente da República Filipe Nyusi.
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O chefe da delegação governamental no diálogo político com a Renamo, Jacinto Veloso, revelou que as forças governamentais vão permanecer no terreno, alegando a necessidade de garantir a segurança das populações e dos seus bens, bem como a circulação segura de viaturas entre o Sul e o Centro do país.
Em entrevista à Rádio Moçambique, o responsável falava sobre a carta que o gabinete do líder da Renamo, Afonso Dhlakama, enviou ao Presidente da República, Filipe Nyusi, propondo, alegadamente, a retirada das forças estacionadas em Gorongosa.
Jacinto Veloso disse que a carta já teve resposta: "A resposta é; as Forças Armadas de Defesa de Moçambique não vão mover-se do lugar onde estão, o Presidente da República já deu garantias, já falou, que logo que a Renamo pare com as suas ações armadas, com todos os seus atos terroristas e de outro tipo que está a realizar, o Presidente manda imediatamente parar, como Comandante em Chefe das Forças de Defesa e Segurança, toda e qualquer ação armada contra os locais onde a Renamo esteja estacionada".
No entanto, José Manteigas, chefe da Delegação da Renamo no diálogo político, nega que tenha havido resposta oficial e condiciona o fim das hostilidades à resposta: “Estamos à espera da resposta do Presidente da República a este documento.”
Oiça aqui a crónica de Ilauda Manala, em serviço especial para a RFI.
Correspondência de Maputo
As autoridades moçambicanas acusam a Renamo de vários ataques a postos policiais, instalações civis, centros de saúde e comboios da mineira brasileira Vale nas últimas semanas. Por sua vez, a Renamo acusa as forças do governo de bombardearem a serra da Gorongosa, onde alegadamente está o líder da oposição, Afonso Dhlakama.
As negociações de paz foram retomadas esta segunda-feira, após uma interrupção a 27 de Julho. Na agenda do diálogo político há quatro pontos: a exigência da Renamo de governar nas seis províncias onde reivindica vitória nas eleições gerais de 2014; a cessação imediata dos confrontos; a despartidarização das Forças de Defesa e Segurança, incluindo na polícia e nos serviços de informação, e o desarmamento do braço armado da Renamo assim como a sua reintegração na vida civil.
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