Governo desmente dar províncias à Renamo
O diálogo político retomava hoje em Maputo, no dia seguinte ao anúncio de um acordo sobre a gestão das províncias reivindicadas pela Renamo, entretando desmentido pelo governo.
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O governo mocambiçano recua e diz que não há acordo para a Renamo governar provisoriamente nas seis províncias onde alega ter vencido nas últimas eleições gerais desmentindo a informação que circulava desde ontem.
isto apesar de Jacinto Veloso, chefe da delegação governamental no diálogo político, ter assinado a carta final do encontro, lida e apresentada pela Renamo no final da sessão de quarta-feira, que apontava nesse sentido.
Em conferência de imprensa, convocada de emergência pela delegação governamental, Jacinto Veloso, defendeu ainda que nenhum ponto deverá avançar de forma isolada dos quatro que constam da agenda do diálogo político em curso visando a paz em Moçambique e sublinha que os consensos deverão ser validados no encontro entre o chefe-de-Estado Filipe Nyusi e o líder da Renamo, Afonso Dhlakama.
Ouça Ilauda Manala, em serviço especial para a RFI.
Correspondência Moçambique
A Liga Moçambicana dos Direitos Humanos acusa a Renamo, maior partido da oposição, e a Frelimo, no poder, de crimes de guerra.
O coordenador de projectos da Liga, Paulo Nhancale, explica que há crimes de guerra "tanto de violação das convenções de Genebra como no sentido jurídico-legal. Há dias houve um ataque a um hospital - e eu pergunto qual é a necessidade? - Aparentemente foi a Renamo, mas logo a seguir circulou nos media que a Renamo andava à procura de alguém da Frelimo, aparentemente, do secretário da Frelimo. Mesmo que o secretário da Frelimo se tivesse refugiado dentro de um hospital, eles não tinham que vandalizar um hospital, ou seja, está-se a assistir a crimes de guerra e isso está a acontecer tanto pela Renamo como pelas forças de defesa e segurança".
"O grande problema é que o governo continua a tratar este problema como um problema de ordem público, continua a tratar os homens armados da Renamo como se fossem bandidos armados. Enquanto os homens da Renamo forem tratados como marginais a coisa nunca vai ser levada a sério", descreve Paulo Nhancale.
Paulo Nhancale, coordenador de projectos na Liga Moçambicana dos Direitos Humanos
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