Mediadores fora do diálogo de paz em Moçambique
Em Moçambique o chefe de Estado anunciou hoje que o diálogo político se fará sem a presença de mediadores. As declarações de Filipe Nyusi foram feitas durante a cerimónia do dia dos heróis que se assinala esta sexta-feira no país.
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Depois de render homenagem aos heróis nacionais, o chefe de Estado moçambicano anunciou a extinção do modelo de diálogo que estava em curso com a presença de mediadores. Filipe Nyusi afirmou que os mediadores serão solicitados para as conversações entre o governo e a Renamo caso se considere necessário.
"Esta fase do processo de diálogo, hoje pode-se considerar encerrada. Brevemente, deverá dar-se início a uma outra etapa de diálogo para a qual gostaríamos de solicitar que se mantenham disponíveis, caso Moçambique assim considere necessário", sublinhou.
Em entrevista telefónica a partir da Gorongosa, na província de Sofala, o líder da Renamo Afonso Dhlakama confirmou a criação de dois grupos que vão debater a descentralização e a desmilitarização.
"Dia 6, segunda-feira, (...) os grupos estarão prontos para iniciar os trabalhos", garantiu o líder da Renamo.
Além do pacote de descentralização e da cessação de confrontos, a agenda do processo negocial incluiu a despartidarização das Forças de Defesa e Segurança e o desarmamento do braço armado da oposição, e a reintegração do mesmo.
Recorde-se que em finais de Dezembro, após conversas telefónicas com o Presidente Filipe Nyusi, Afonso Dhlakama declarou uma trégua de uma semana, tendo a posteriori, prolongado o prazo para 60 dias.
Neste dia, Moçambique assinala, igualmente, a passagem do quadragésimo aniversário do assassínio de Eduardo Mondlane, o primeiro presidente da Frelimo.
Correspondência de Orfeu Lisboa
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