Ontem, no dia em que Moçambique celebrava os 25 anos do Acordo Geral de Paz, Mahumudo Amurane, Edil MDM da cidade de Nampula no norte do país, foi assassinado à porta de casa no começo da noite. Este homicídio, sobre o qual ainda pouco se sabe, não deixou de provocar reacções de choque tanto no seio da população como também na classe política, a começar pelo Presidente da República, Filipe Nyusi, para quem este acontecimento "contraria os esforços de preservação da paz, um património sagrado de todos os moçambicanos".
Eleito nas autárquicas de 2013 Presidente da Câmara de Nampula, Mahumudo Amurane tinha confirmado em Agosto a sua intenção de concorrer à sua própria sucessão nas próximas eleições locais previstas para o ano que vem. Por essa mesma ocasião, o Edil de Nampula tinha igualmente anunciado que iria desvincular-se do MDM, partido com o qual tinha entrado em rota de colisão havia meses. De acordo com esta força política, Amurane não tinha contudo chegado a formalizar a sua saída.
Entretanto e paralelamente, poucas horas depois deste assassinato, o norte de Moçambique tornou a ser o palco de uma ocorrência violenta, mais concretamente em Mocímboa da Praia, localidade da província de Cabo Delgado, onde um grupo de indivíduos desconhecidos conduziu ataques a 3 postos policiais, com um balanço de 5 mortos. As autoridades que estão a investigar o caso, já desmentiram a hipótese de se tratar de um ataque de combatentes Al Shebab, contrariamente àquilo que tinha sido aventado nos meios de comunicação social.
A RFI conversou sobre ambos os acontecimentos com Silvério Ronguane, deputado do MDM, que começou por aludir ao assassinato do Edil de Nampula ontem, no dia da Paz, um crime que qualificou de "hediondo".
NewsletterReceba a newsletter diária RFI: noticiários, reportagens, entrevistas, análises, perfis, emissões, programas.
Me registro