Moçambique assinala último dia de luto nacional
O mais recente balanço das vítimas do ciclone Idai aponta agora para 294 mortos. A meteorologia deu tréguas às equipas de resgate durante o dia de ontem. Ainda assim, segundo números do Governo de Maputo, pelo menos 15.000 pessoas estão em perigo.
Publicado a: Modificado a:
Esta tarde o C-130 da Força Aérea portuguesa chegou ao país. É o primeiro avião com ajuda militar portuguesa a aterrar na cidade da Beira para dar apoio às operações necessárias após o ciclone Idai. Os militares têm como "missão prioritária a busca, salvamento e resgate de pessoas em perigo, aproveitando as vias fluviais".
A televisão pública portuguesa ouviu o testemunho de um empresário sul-africano que percorreu as zonas devastadas pelo ciclone. O empresário que viajou entre Beira e Chimoio e descreve um cenário de horror.
No terceiro e último dia de luto nacional, o Instituto Nacional de Gestão de Calamidades (INGC) actualizou o número de óbitos e os danos causados pelo ciclone IDAI.
"Temos cerca de 293 óbitos nas províncias afectadas pelo ciclone; Zambézia, Tete, Sofala e Manica. Temos 109 centros de acomodação. Em termos do número das pessoas que estão nos centros 89.177", descreveu o porta-voz do INGC, Paulo Tomás.
São muitos os moçambicanos que se refugiaram nos países vizinhos como o Malawi, a Zâmbia e o Zimbabwe avança Geraldo Saranga do Ministério dos Negócios Estrangeiros e Cooperação.
"É um número muito flexível é um número sujeito a actualização pelo facto de haver dificuldades de um registo mais preciso do número dos nossos concidadãos que estarão nessa situação. Em termos geográficos é mais fácil busca abrigo nesses países do que eventualmente noutra província no interior do país", afirma Geraldo Saranga, do Ministério dos Negócios Estrangeiros e Cooperação.
O drama das populações está ainda longe do fim com as previsões meteorológicas a apontarem a continuidade das chuvas em Moçambique e nos países vizinhos.
Correspondência de Maputo, Orfeu Lisboa dá conta que o número de vítimas do ciclone Idai continua a aumenta
"A romaria solidária que inundou a zona de cabotagem do Porto de Maputo é uma demonstração inequívoca de que os moçambicanos podem facilmente abraçar o outro, independentemente da origem regional ou étnica, credo ou partido político. Mas, para isso acontecer, é preciso que tudo o que seja figura do Estado ou elemento de partido político esteja a milhas de distância da mobilização dos apoios", publica hoje em editorial o director do jornal Carta de Moçambique Marcelo Mosse.
Numa altura em que a Renamo, o principal partido da oposição, disse duvidar dos números de mortos apresentados pelo governo da Frelimo e em que o autarca da Beira e líder do MDM, Daviz Simango, critica o governo depois de ter estado dias desaparecido logo a seguir ao ciclone Idai ter atingido a capital da província de Sofala.
Durante uma curta deslocação a Maputo, o autarca da cidade da Beira Daviz Simango apelou à solidariedade dos parceiros internacionais e deu conta da sua intenção de organizar uma conferência de doadores no próximo 11 de Abril para conseguir apoios para a reconstrução da cidade que ficou quase totalmente destruída.
Correspondência de Orfeu Lisboa sobre apelo à solidariedade dos parceiros internacionais
NewsletterReceba a newsletter diária RFI: noticiários, reportagens, entrevistas, análises, perfis, emissões, programas.
Me registro