Liderança da Renamo novamente contestada
A autoproclamada Junta Militar no seio da Renamo, maior partido da oposição, anunciou a destituição de Ossufo Momade da liderança do movimento da perdiz. A antiga guerrilha já reagiu denunciando uma encenação e apelou à intervenção do governo.
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Comandado pelo general Mariano Nhongo, o grupo de guerrilheiros estacionados na Serra da Gorongosa, na província de Sofala no centro de Moçambique anunciou que já não reconhece Ossufo Momade como Presidente da Renamo e que dentro de dez dias será eleito um novo presidente para a principal força política da oposição. “As armas reconhecidas no acordo de Paz de Roma são para guarnecer o presidente da Renamo e Ossufo Momade já não é” o presidente do partido, declarou o líder do grupo que, por outro lado, também ameaçou conduzir acções militares no caso de o governo continuar a negociar com Ossufo Momade.
Este grupo que vem colocando em questão desde Junho a liderança de Ossufo Momade, eleito em Janeiro presidente da Renamo, sob a acusação de "estar a destruir o partido", estabeleceu um ultimato que terminou a 15 de Julho para que o líder da Renamo abandonasse voluntariamente o cargo.
Em conferência de imprensa em Maputo, a Renamo distanciou-se das declarações e das acções da autoproclamada Junta Militar. O porta-voz do partido José Manteigas considerou que as declarações deste grupo não passam de uma encenação e apelou o governo moçambicano à agir contra quem qualificou de "desertores" do partido. "Compete ao Estado manter a segurança e ordem pública" declarou este responsável da Renamo, garantindo ainda que Ossufo Momade será o candidato presidencial deste partido nas eleições gerais do próximo 15 de Outubro, altura em que segundo o executivo deverá ter sido assinado um acordo de paz definitiva.
Mais pormenores com Orfeu Lisboa.
Orfeu Lisboa, correspondente da RFI em Maputo
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