O Presidente moçambicano, Filipe Nyusi, e o líder da Renamo, Ossufo Momade, rubricaram hoje na Gorongosa, no centro de Moçambique, o acordo de cessação das hostilidades.
Com a assinatura deste compromisso “a incerteza quanto ao futuro de Moçambique deu lugar à esperança de paz, reconciliação nacional e desenvolvimento social e económico”, considerou o chefe de Estado moçambicano, enquanto do outro lado do xadrez político, também esperançado, o líder a Renamo declarou pretender "garantir ao povo e ao mundo que se enterrou a lógica da violência como forma de resolução das diferenças".
Rubricado numa altura em que o país está com as eleições gerais de 15 de Outubro à porta, este compromisso foi antecedido pela adopção na Segunda-feira pelo parlamento da lei de amnistia aos autores -tanto de um lado como do outro- das violências ocorridas durante a crise político-militar que subsistiu ainda após o anterior acordo de paz assinado em 2014. A acompanhar este dispositivo, também foi encetado no começo da semana o processo de entrega das armas pelos guerrilheiros da Renamo.
Para além disso, pouco mais se sabe sobre o que foi de facto assinado hoje e sobre os outros compromissos a serem assumidos nos próximos dias. Fica em suspenso a reivindicação de se integrarem homens da Renamo no Serviço de Informações e Segurança do Estado. Também continua por definir a eventualidade do principal partido de oposição chegar a um entendimento interno, com militares a rejeitarem a liderança de Ossufo Momade e inclusivamente ameaçarem o próprio processo de paz.
Ontem, poucas horas depois de ser anunciada a assinatura hoje do acordo de cessação das hostilidades, homens armados atacaram dois veículos na zona onde outrora ocorriam os confrontos entre as forças de defesa e segurança e os militares da Renamo, na província de Sofala. A origem do sucedido está a ser averiguada e por enquanto apenas existem suposições, como não deixa de sublinhar Fernando Lima, director do grupo de comunicação moçambicano Mediacoop, que esteve hoje na Gorongosa.
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