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Moçambique

Eleições calmas mas com certos casos anómalos em Moçambique

Nesta terça-feira 15 de Outubro, cerca de 13 milhões de eleitores moçambicanos foram chamados às urnas para escolher o Presidente da República, 10 governadores provinciais, 250 deputados da Assembleia da República assim como os membros das assembleias provinciais.

Mesa de voto hoje em Maputo, durante as eleições gerais moçambicanas neste 15 de Outubro.
Mesa de voto hoje em Maputo, durante as eleições gerais moçambicanas neste 15 de Outubro. RFI /Cristiana Soares
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Quatro candidatos estão na corrida às presidenciais, o presidente cessante e líder da Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo), Filipe Nyusi, o líder da Resistência Nacional Moçambicana (Renamo), principal partido da oposição, Ossufo Momade, o líder da terceira força política do país, o Movimento Democrático de Moçambique (MDM),Daviz Simango, assim como Mário Albino, candidato do partido extraparlamentar Acção do Movimento Unido para a Salvação Integral (AMUSI). Para as legislativas e provinciais concorrem 26 formações políticas, sendo que a Frelimo, a Renamo e o MDM são os movimentos com o maior número de candidatos.

Estas que são as sextas eleições gerais a serem organizadas no país desde a introdução do multipartidarismo no país em 1990, foram antecedidas por um período de campanha particularmente tenso, com 40 mortos e vários feridos em diversos incidentes ao longo dos mais de 40 dias de caça ao voto, daí que as eleições de hoje gerassem muita expectativa.

O presidente cessante, Filipe Nyusi, abriu a jornada eleitoral. Na escola Secundária Josina Machel, em Maputo, o candidato da Frelimo à sua própria sucessão falou nas eleições mais observadas da região.

00:26

Declarações de Filipe Nyusi recolhidas pela enviada especial Cristiana Soares

Ossufo Momade, candidato às presidenciais pela Renamo, principal partido de oposição, votou por volta das 9 horas na sua terra natal, na ilha de Moçambique. Por esta ocasião, disse que "nunca iria aceitar resultados manipulados".

00:29

Ossufo Momade, em declarações recolhidas pela agência Lusa

Daviz Simango, candidato às presidenciais pelo MDM, terceira força política do país, votou esta manhã na cidade da Beira onde é autarca. Após cumprir o seu direito, Daviz Simango exortou os órgãos eleitorais a garantirem a transparência do pleito.

00:26

Daviz Simango em declarações recolhidas pela agência Lusa

O ex-presidente Armando Guebuza também exerceu o direito de voto esta manhã em Maputo. O antigo chefe de Estado que foi um dos grandes ausentes da campanha da Frelimo escusou-se a qualquer explicação sobre os motivos da sua ausência.

00:29

Armando Guebuza em declarações recolhidas pela enviada especial Cristiana Soares

O antigo presidente Joaquim Chissano votou igualmente na capital. Ao microfone dos jornalistas, Chissano relativizou a violência que marcou a campanha eleitoral.

00:36

Joaquim Chissano em declarações recolhidas pela enviada especial Cristiana Soares

O primeiro-ministro, Carlos Agostinho do Rosário, votou na escola Secundária da Polana, em Maputo. À imprensa evitou responder sobre as questões relativas à violência em Cabo Delgado.

00:36

Agostinho do Rosário em declarações recolhidas pela enviada especial Cristiana Soares

As mesas de voto começaram a encerrar às 18 horas, todavia vários locais continuaram abertos depois da hora oficial de fecho, por ainda haver filas de eleitores.

De referir que de acordo com primeiras apreciações dos observadores, as eleições decorreram globalmente de forma tranquila, apesar de alguns atrasos na abertura das mesas de voto e apesar também de se registarem tentativas de fraude. Certas organizações que participam na observação do escrutínio, nomeadamente o CIP, Centro de Integridade Pública, deram conta de 10 situações anómalas, como casos de eleitores na posse de boletins de voto já marcados em Angoche, na província da Zambézia, no centro, e Molumbo, na província de Nampula, no norte do país.

Outra organização que também tem efectuado observação, a Sala da Paz, dà igualmente conta de incidentes, conforme relatou a enviada especial da RFI, Cristiana Soares, na nossa edição das 21 horas.

01:03

Enviada especial a Moçambique, Cristiana Soares, a partir das instalações da Sala da Paz

Depois da votação, o processo entrou agora na fase do contagem dos votos nas mais de 20 mil mesas repartidas por todo o país. O processo de apuramento parcial dos votos no próprio local, seguido da sua comunicação a nível distrital e provincial, a validação das actas, até à divulgação oficial dos resultados definitivos pode levar 15 dias. Tal foi o caso nas anteriores eleições de 2014: os resultados só foram conhecidos volvidas duas semanas após o escrutínio.

 

 

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