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Síria/crise

Liga Árabe dá três dias para Síria acabar com repressão sangrenta

Nesta quarta-feira, sob ameaça de sanções econômicas, os representantes da Liga Árabe deram um prazo de 72 horas para o regime de Bachar Al-Assad parar com as violências contra os opositores. A decisão foi tomada depois de uma reunião em Rabat, no Marrocos, a primeira sem a presença da Síria, suspensa desde sábado da organização. A França chamou seu embaixador em Damasco para consultas.

O ministro das Relações Exteriores do Marrocos, Taieb Fassi Fihri, com seu colega turco, Ahmet Davutoglu, en Rabat, durante encontro da Liga Árabe.
O ministro das Relações Exteriores do Marrocos, Taieb Fassi Fihri, com seu colega turco, Ahmet Davutoglu, en Rabat, durante encontro da Liga Árabe. REUTERS/Stringer
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Depois de suspender temporariamente a Síria da organização, no sábado passado, os países da Liga Árabe aumentam a pressão sobre o regime do presidente Bachar Al-Assad. Durante uma reunião em Rabat, no Marrocos, a Liga deu um prazo de três dias para as violências contra a população civil cessarem. Desde o início da rebelião popular contra o governo, em março deste ano, 3.500 pessoas foram mortas pelas forças do poder.

Esta foi a primeira reunião da Liga sem a participação da Síria, cuja suspensão foi anunciada no último sábado.

O ministro turco das Relações Exteriores, Ahmet Davutoglu, que participa do fórum árabe-turco, acusou o regime sírio de não respeitar o plano para por fim à violência contra os opositores. Ele comparou a situação da Síria à da Líbia, onde os rebeldes destituíram e mataram o ex-ditador Kadhafi. "O regime (sírio) deveria atender às exigências de seu povo. Os massacres coletivos e o banho de sangue não podem continuar”, afirmou.

Um dos poucos países a apoiar o governo de Al Assad, o Irã acusou a Liga Árabe de tentar desestabilizar a segurança da região. Já a Arábia Saudita considera que a Liga Árabe atua respeitando os interesses da própria Síria.

O mais importante não é suspender ou não (a Síria da Liga). É  terminar com o banho de sangue, iniciar um diálogo e retirar as tropas das cidades”, disse o chanceler saudita Saud al Fayçal à rede de tv Al Arabyia.

Durante a tarde, um grupo de desertores do exército sírio atacou o complexo dos serviços de informação do governo situado na periferia de Damasco.

França chama embaixador para consulta

A França chamou para consultas o seu embaixador em Damasco, seguindo a mesma posição adotada pelos Estados Unidos e alguns países árabes.

O regime endurece, mais violência foi registrada na Síria, o que me levou a fechar nossos consulados de Alep (norte) e de Lattaquié (noroeste), nossos institutos culturais e a chamar de volta a Paris nossa embaixador Eric Chevallier”, disse hoje, na AssembleiaNacional o chanceler francês, Alain Juppé.

Na noite de sábado,o consulado honorário da França em Lattaquié e a representação diplomática em Alep foram atacados por manifestantes pró-regime o que levou o governo francês a chamar a embaixadora síria em Paris, Lamia Shakkour, a dar explicações.

Nesta quarta-feira, as embaixadas do Marrocos e dos Emirados Árabes Unidos em Damasco foram alvo de ataques. Na segunda-feira passada, o ministro sírio das Relações Exteriores, Walid Mouallem, pediu desculpas pelas violências contra as representações diplomáticas estrangeiras na Síria. “Peço desculpas pelos ataques e espero que eles não se repitam. Somos responsáveis, de acordo com o Tratado de Viena, pela segurança das embaixadas e, por isso, peço desculpas pelo que aconteceu”, disse o chanceler.
 

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