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Japão/Fukushima

Diretor da central de Fukushima deixa o cargo por motivos de saúde

O diretor japonês da central nuclear de Fukushima, Masao Yoshida, deixou o cargo por motivos de saúde, anunciou nesta segunda-feira a empresa Tokyo Electric Power, omitindo detalhes sobre a doença para "proteger a privacidade do executivo". Segundo um representante da Tepco, médicos não teriam confirmado uma ligação direta com a radiação.

Masao Yoshida gerenciou a crise causada pela catástrofe nuclear de Fukushima, em março de 2011.
Masao Yoshida gerenciou a crise causada pela catástrofe nuclear de Fukushima, em março de 2011. REUTERS/Tokyo Electric Power
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"Eu sou obrigado a deixar a equipe de gerenciamento de crise num momento importante a pedido dos médicos", lamentou Yoshida, de 56 anos, em um comunicado enviado aos funcionários envolvidos na luta contra a catástrofe nuclear provocada por um terremoto seguido de tsunami no último mês de março.

O executivo foi internado e deixou o cargo de chefia, mas continuará na empresa, da qual faz parte desde 1979. Yoshida esteve presente nos piores momentos da catástrofe e trabalhou no local em condições extremas. Depois de 18 meses como diretor, ele será substituído oficialmente a partir de 1º de dezembro por Takeshi Takahashi, de 54 anos, que ocupava um cargo de gestão das instalações nucleares.

"Achava que iríamos morrer"

No início deste mês, Yoshida fez uma aparição pública e disse que as condições nas usinas de Fukushima estavam melhorando e que elas poderiam até o fim do ano serem "desligadas a frio" - quando as temperaturas são estabilizadas abaixo do ponto de ebulição. Ele acrescentou, no entanto, que os índices de radiação no complexo eram altos e ainda perigosos para trabalhadores no local.

"Eu tive medo de perder o controle total das instalações, o que seria o fim de tudo. Eu achava que todos nós iríamos morrer", desabafou Yoshida a alguns jornalistas.

Ao ser perguntado quanto tempo passou em contato com a radiação da usina, ele desconversou e fez um gesto com as mãos para que o assunto fosse deixado de lado.

A Tepco reconheceu que diversas pessoas que trabalham na usina foram expostas a um nível de radiação superior ao autorizado. Três operários foram hospitalizados e faleceram após o acidente, mas a empresa garante que nenhuma morte foi causada diretamente pela radiação. Nem todos os trabalhadores do complexo acreditam nesta versão.

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