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Rússia/Stalin

60 anos depois de sua morte, Stalin vira herói na Rússia

Há 60 anos, no dia 5 de março, morria o ex-ditador Joseph Stalin, dirigente da extinta URSS (União das Repúblicas Socialistas Soviéticas.) Se a popularidade do ex-líder soviético despencou nos anos 90, com a chegada de Vladimir Putin ao poder, em 1999, Stalin pouco a pouco se transformou em um herói nacional, como mostra uma pesquisa publicada nesta terça-feira(5).

Comemoração dos 60 anos, da morte de Stálin, líder da União Soviética
Comemoração dos 60 anos, da morte de Stálin, líder da União Soviética REUTERS/Sergei Karpukhin
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A pesquisa do centro Levada, publicada hoje no jornal Vedomosti, revela que praticamente a metade dos russos consideram que Stalin teve um papel importante na história do país. Para 9%, sua atuação foi ‘’incontestavelmente positiva’’, e para 40%, ela pode ser considerada ‘’positiva.’’

Para o jornal francêsLe Monde, que dedicou hoje sua capa e um suplemento especial para lembrar a data, a figura de Stalin se popularizou desde a chegada de Putin ao poder. Hoje, o ex- dirigente soviético é ‘’o campeão entre os heróis nacionais’’, mais conhecido do que Lenin ou Pedro, o Grande, por exemplo.

Segundo o Le Monde, graças a um minucioso trabalho de propaganda, de ditador, Stalin se transformou em um personagem admirado pela sua vitória contra o nazismo em 1945, e arquiteto da ‘’sociedade mais justa do mundo, e de uma grande potência industrial’’, como descreve um dos principais manuais escolares do país.

A atitude dos russos em relação a Stalin é ambivalente. Eles não ignoram sua atuação na Segunda Guerra Mundial, mas também sabem que o regime stalinista foi marcado pelo terror e pelas decisões arbitrárias. Nos anos 30,  estima-se que cerca de 1600 pessoas eram executadas todos os dias nos campos de concentração.

Para lembrar o aniversário da morte do ditador, o Le Monde dedicou um suplemento às vítimas do ‘’Grande Terror’’, entre 1937 e 1938. O jornal francês lembra que o povo russo não têm acesso a esses documentos, guardados a sete-chaves pela KGB, o antigo serviço secreto russo. Como resume o jornal Rossiïskaïa Gazeta.‘’Sessenta anos se passaram, mas é preciso reconhecer que esta época continua sendo uma verdadeira ruptura em nosso consciente e subsconciente.’’

 

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