El-Baradei deve ser nomeado primeiro-ministro do Egito
Três dias depois da queda do ex-presidente Mohamed Mursi, o governo provisório do Egito começa a se articular. Neste sábado, o ex-chefe da Agência Internacional de Inspeção Nuclear (AIEA) e líder da oposição, Mohamed El-Baradei, surge como o nomeado mais lógico para o cargo de primeiro-ministro. Nas ruas, a calma aparente não oculta a tensão entre o campo do presidente deposto Mursi e dos opositores, cujos confrontos nas últimas 24 horas deixaram cerca de 35 mortos e mais de mil feridos.
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Colaboração de Hugo Bachega, correspondente da RFI no Cairo
O desafio de Mohamed El-Baradei, se for confirmado no cargo de premiê, é de peso: estabilizar a segurança e a paz no Egito, tentar reunir as diversas correntes políticas e reaquecer a economia, mergulhada num contexto dos mais negativos como alta do desemprego, inflação, baixas reservas internacionais, falta de investimento externo e crise de energia e combustível.
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Baradei tem prestígio junto à comunidade internacional, mas é figura controversa no país e pode causar ainda mais divisões, especialmente entre os grupos religiosos, como os salafistas, e inclusive a Irmandade Muçulmana, que podem se sentir repelidos à autoridade dele.
Os aliados da Irmandade Muçulmana contestam a deposição de Mohamed Mursi como presidente e prometeram continuar protestando até que ele retome o cargo, o que pode ser o anúncio de mais turbulência para o Egito.
Hoje, um padre cristão copta foi morto a tiros numa região do Sinai considerada uma terra sem lei. Acredita-se que insurgentes islâmicos tenham o realizado o ataque, o que aumentou temores sobre uma explosão da violência religiosa no país.
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