Em meio a tensão, Mali escolhe novo presidente
Depois de um ano e meio de uma profunda crise política e militar, o Mali vai hoje às urnas para o primeiro turno da eleição presidencial. Ao todo, 27 candidatos participam do pleito que acontece sob um forte esquema de segurança. Terroristas ligados à Al Qaeda ameaçam cometer atentados nas zonas eleitorais.
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Os malianos começaram a votar neste domingo pela manhã. Nas principais cidades do norte do país - Kidal, Gao e Timbuktu- que foram ocupadas em 2012 por extremistas islâmicos ligados ao Al Qaeda e rebeldes tuaregues, a segurança foi reforçada com efetivos do exército do Mali e boinas azuis da Minusma, força de paz da ONU. Em Kidal, antes de poderem votar, os eleitores eram revistados.
A eleição foi organizada rapidamente para tentar tirar o país da crise política. Mas nas primeiras horas, já foi possível constatar problemas na organização. No total, 6,9 milhões de eleitores estariam aptos a votar neste primeiro turno, mas os títulos eleitorais foram distribuídos para 85% dos eleitores, o que deixa uma parte significativa sem acesso às urnas. Os refugiados também não devem conseguir votar.
Essa eleição é considerada “especial” pelos observadores internacionais. Em março de 2012, o Mali sofreu um golpe de Estado que derrubou o governo e desestabilizou a já frágil unidade territorial do país. No norte, grupos islâmicos radicais e rebeldes tuaregues se aliaram, em um primeiro momento, para controlar a região. Os dois grupos, porém, tinham grandes diferenças políticas. Os combatentes islâmicos instauraram rigorosas leis islâmicas à população local, o que levou ao término da aliança com os tuaregues.
Em janeiro deste ano, a França liderou uma intervenção militar internacional para impedir o avanço dos extremistas islâmicos que tentavam controlar áreas no sul do país e liberar o norte do território maliano. A ofensiva francesa foi bem recebida pela comunidade internacional que temia que o Mali e tornasse uma base de terroristas.
Dos 27 candidatos que concorrem à presidência, o ex-primeiro-ministro Ibrahim Boubacar Keïta e Soumaïla Cissé, ex-ministro das Finanças, são apontados como favoritos.
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