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Sudão do Sul/Crise

Presidente do Sudão do Sul quer diálogo com rival para cessar violência

O governo do Sudão do Sul declarou neste sábado estar pronto para discutir “sem condições prévias” com Riek Machar, rival do presidente Salva Kiir, para por fim às violências que dividem o país. A decisão atende um pedido feito pelo Conselho de Segurança da ONU. 

Presidente do Sudão do Sul, Salva Kiir, durante uma entrevista coletiva em 18 de dezembro, em Juba..
Presidente do Sudão do Sul, Salva Kiir, durante uma entrevista coletiva em 18 de dezembro, em Juba.. Reuters/Goran Tomasevic
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“Estamos prontos para dialogar com todos os rebeldes, entre eles Riek Machar, sem condições”, afirmou o governo em sua conta no twitter. O chanceler etíope, Tedros Adhanom, que lidera uma delegação africana composta de 5 países, declarou, após ter se encontrado com os dois rivais nesta sexta-feira, que as discussões foram “muito produtivas”.

 Diante do aumento da violência no Sudão do Sul, país que se tornou independente do Sudão em 2011, a Onu e os Estados Unidos enviaram um negociador para o país, o embaixador Donald Booth.

Durante à noite, tiros foram ouvidos na capital Juba, segundo moradores. Ataques nesta quinta-feira deixaram dezenas de civis e dois capacetes azuis de origem indiana mortos. Neste sábado, o exército, apoiado por helicópteros, se dirige à cidade de Bor, a 200 quilômetros ao norte da capital, controlada desde quinta-feira pelos partidários de Riek Machar.

Bor é a capital do estado de Jonglei, um dos mais instáveis do país.
Um porta-voz do Exército Popular pela Libertação do Sudão afirmou que há combates na região e o exército governamental tem o apoio de “unidades aéreas”. Ele desmentiu rumores de que os militares ugandeses participaçam das operações contra as forças leais a Riek Machar.

Os soldados foram enviados nesta sexta-feira pela Uganda para ajudar a reestabelecer a calma em Juba e também para ajudar na retirada de cidadãos ugandeses do Sudão do Sul.

Em uma declaração unânime, mas não obrigatória, o Conselho de Segurança da Onu pediu para que o presidente Salva Kiir e seu rival Riek Machar lançassem “um apelo para o fim das hostilidades e o início imediato de um diálogo”. A rivalidade política entre Kiir e Machar provocou uma onda de violência entre duas etnias, a Dinka e Nuer.

O secretário de Estado americano, John Kerry,  também pediu a abertura de um diálogo. “Chegou a hora dos dirigentes do Sudão do Sul de controlar os grupos armados sob seu comando e parar imediatamente com os ataques contra os civis e por um fim à engrenagem violenta de diferentes grupos étnicos e políticos”, afirmou. A ONU identificou 14 locais no país onde foram registrados confrontos, tensões entre civis ou conflitos.

Retirada

Diante da onda de insegurança, o governo do Quênia decidiu enviar "imediatamente" ao Sudão do Sul soldados de sua Força de Defesa para retirar 1.600 cidadãos quenianos presentes no país. O anúncio foi feito pelo porta-voz do presidente Uhuru Kenyatta através de um comunicado oficial divulgado neste sábado.

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