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Egito/Manifestação

Aniversário da revolução no Egito termina com mortos no Cairo

Pelo menos sete pessoas morreram em confrontos durante as celebrações, neste sábado (25), do terceiro aniversário da revolução que derrubou o ex-ditador Hosni Mubarak, após três décadas no poder, e que lançou o processo de transição política no Egito. Milhares de pessoas se reuniram na praça Tahrir para demonstrar o apoio aos militares que controlam o país, enquanto os opositores pediam a volta do presidente Mohamed Mursi, deposto pelas forças armadas no ano passado. 

Tanques de guerra estão bloqueando as principais ruas do Cairo para evitar confrontos durante as comemorações do terceiro aniversário da revolução que derrubou Hosni Mubarak.
Tanques de guerra estão bloqueando as principais ruas do Cairo para evitar confrontos durante as comemorações do terceiro aniversário da revolução que derrubou Hosni Mubarak. REUTERS/Amr Abdallah Dalsh
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Várias manifestações foram realizadas neste sábado na capital egípcia para lembrar a revolta de 2011. A Irmandade Muçulmana, grupo do presidente Mohamed Mursi, eleito democraticamente após a queda de Mubarak, mas deposto pelos militares em julho passado, convocou a população para protestos pacíficos. O governo, controlado pelo exército, avisou que iria conter “com firmeza” qualquer “tentativa de sabotagem das cerimônias”.

Policiais e soldados bloquearam com cercas e tanques de guerra as principais ruas do Cairo, principalmente nos arredores da praça Tahrir, epicentro do que os egípcios chamam de “Revolução de 25 de janeiro”. Foi nesse local que, durante 18 dias, manifestantes protestaram pela democracia no país árabe mais populoso do mundo. Em 11 de fevereiro de 2011, após confrontos que resultaram na morte de cerca de 850 pessoas, Hosni Mubarak deixou o cargo, depois de três décadas no poder. Acusado de ser o responsável pela morte de manifestantes, o ex-presidente está sendo julgado e pode ser condenado à morte.

Exército no poder

Após a queda do ditador, o exército assumiu o poder até a eleição, em junho de 2012, de Mohamed Mursi, membro da Irmandade Muçulmana, que ficou pouco mais de um ano no cargo, antes de ser derrubado pelos próprios militares, que dirigem o país interinamente. Atualmente, o Egito é comandado pelo general Abdel Fattah al-Sissi, chefe da Forças Armadas, mas os protestos pedindo a volta de Mursi tem aumentado nos últimos meses.

Uma série de atentados também tem semeado o pânico no país. Mesmo se os ataques foram reivindicados por movimentos extremistas, que dizem não estar ligados à Irmandade Muçulmana, o exército acusa a confraria de terrorismo, já que os autores afirmam agir em represália ao “massacre” dos pró-Mursi. 

Na sexta-feira (24), quatro atentados visando a polícia sacudiram o Cairo, deixando seis mortos e dezenas de feridos. Na madrugada deste sábado uma bomba foi lançada contra um centro de treinamento policial na capital egípcia, deixando pelo menos um ferido.

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