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Papa Francisco/Coreia do Sul

Papa beatifica mártires coreanos e denuncia aumento da desigualdade

Diante de centenas de milhares de fiéis, o papa Francisco beatificou neste sábado (16), em Seul, 124 católicos sul-coreanos. Durante a missa, ele denunciou o aumento da desigualdade social. O pontífice argentino é o primeiro papa a visitar a Ásia desde 1999. Ele permanece na Coreia do Sul até segunda-feira.

Papa Francisco acena para fiéis ao chegar para celebrar uma missa ao ar livre em Seul neste sábado (16).
Papa Francisco acena para fiéis ao chegar para celebrar uma missa ao ar livre em Seul neste sábado (16). Reuters
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Francisco chegou à Porta de Gwanghwamun em um pequeno carro aberto fabricado especialmente para ele pela montadora Kia. O papa celebrou no local uma missa solene em memória dos primeiros cristão da Coreia do Sul.

Pontes, estradas e estações de metrô ao redor da praça onde aconteceu a cerimônia foram fechados e atiradores de elite estavam posicionados nos tetos dos prédios para garantir a segurança do pontífice e do público.

No terceiro dia de sua visita ao país, o papa afirmou que o exemplo dos mártires sul-coreanos, que aceitavam "a dignidade igual de todos os batizados" e privilegiavam "uma forma de vida fraterna que desafiava as estruturas sociais rígidas da sua época", tem muito a dizer "em uma sociedade onde, ao lado de imensas riquezas, se desenvolve a mais abjeta miséria, e onde raramente o grito dos pobres é ouvido".

Mártires

O catolicismo foi introduzido na Coreia do Sul por intelectuais leigos iniciados a essa religião por jesuítas na vizinha China, e não por missionários europeus.

O papa beatificou Paul Yun Ji-Chung e123 mártires executados a partir do final do século 18. Segundo a Igreja, ao menos 10 mil coreanos foram mortos nos cem anos seguintes à introdução do catolicismo, em 1784. Eles eram geralmente conduzidos da Porta de Gwanghwamun à porta de Seosomun, onde o carrasco executava seu trabalho. Para reabilitar os mártires, Francisco percorreu neste sábado o caminho inverno.

Minoria influente

Os mais de cinco milhões de católicos sul-coreanos representam somente 10,7% da população, mas eles são numerosos na elite política e econômica e sua influência ultrapassa em muito seu peso demográfico.

O papa Francisco começou o sábado batizando o pai de um menino vítima do naufrágio da balsa Sewol, em abril. Em seguida ele foi a Kkottongnae, a cerca de 100 quilômetros de Seul, para visitar um centro da Igreja onde são abrigados adultos e crianças deficientes, comunidades religiosas e leigos engajados.

Ele fez ali um gesto simbólico para denunciar o aborto ao parar, em presença de militantes contrários a essa prática, diante de um vasto quadrado no qual foram fincadas cerca de mil cruzes brancas, para lembrar outras tantas gestações interrompidas.

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