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Paquistão/Terrorismo

Ataque do Talibã a escola do Paquistão deixa pelo menos 130 mortos

Uma escola militar da cidade de Peshawar, no noroeste do Paquistão, foi alvo de um ataque a tiros que deixou pelo menos 130 mortos – a maioria estudantes. O atentado foi reivindicado pelo Movimento dos Talibãs do Paquistão (TTP, na sigla em inglês), principal grupo rebelde islâmico do país e que também foi o responsável pela tentativa de assassinato contra a Prêmio Nobel da Paz Malala Yousafzai, em 2012.

Familiares choram a morte das crianças diante da escola.
Familiares choram a morte das crianças diante da escola. REUTERS/Fayaz Aziz
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Segundo Shahrukh Khan, um adolescente que sobreviveu ao se fingir de morto, após ser baleado nas duas pernas, um homem com roupas militares entrou no auditório onde um grupo de estudantes tinha aula. Ele teria gritado "Allahu akbar" (Deus é o Maior), antes de abrir fogo. Em seguida, um dos atiradores teria dito: “Tem muitas crianças sob os bancos, vamos pega-los”. Khan diz que mordeu sua gravata para evitar gritar pela dor que estava sentindo nas pernas. “O homem continuava procurando por estudantes e atirando nos corpos que estavam no chão”, contou adolescente.

Segundo as autoridades paquistanesas, os seis atiradores foram mortos durante a reação dos soldados das forças especiais do país. O TTP disse que o ataque foi uma retaliação à ofensiva militar do governo paquistanês contra o grupo, em vigor desde o mês de junho. O grupo se diz em “guerra santa” desde 2007 contra o governo do país, a quem acusa de ser aliado dos Estados Unidos. Em novembro de 2013, o líder do grupo, Hakimullah Mehsud, foi morto por um tiro de drone das forças armadas americanas.

Malala lamenta atentado

No dia 9 de outubro de 2012, o TTP interceptou o ônibus escolar em que estava Malala Yousafzai e atirou contra a jovem, então com 15 anos. Os terroristas a acusavam de ser “pioneira na defesa da laicidade e na campanha contra a charia” (lei islâmica). Nesta terça-feira, Malala classificou o atentado à escola de “ato atroz”. “Estou com o coração partido por este ato de terror sem sentido e sangrento em Peshawar. Crianças inocentes não deveriam estar em meio a um horror como este”, disse a jovem, que hoje tem 17 anos e vive na Inglaterra.

Em junho deste ano, após o fracasso de novas tentativas de negociação – e diante da pressão dos Estados Unidos, com a proximidade de sua retirada do Afeganistão –, o governo paquistanês lançou uma vasta operação militar contra os talibãs. O grupo terrorista, por sua vez, parece fragilizado desde a morte de seu líder. Um de seus comandantes, Khan Said Sajna, deixou o grupo, e uma facção formou uma dissidência, a Jamaat ul-Ahrar. Alguns integrantes descontentes teriam se aproximado do grupo Estado Islâmico. O TTP chegou a expulsar o seu porta-voz por ter demonstrado apoio ao EI, o que iria contra a fidelidade histórica dos paquistaneses ao Mulá Omar.
 

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