Egito executa simpatizante de presidente deposto
O Egito executou por enforcamento neste sábado (7), pela primeira vez, um simpatizante do presidente deposto Mohamed Mursi, afastado do poder por um golpe militar em julho de 2013. O militante Mahmoud Ramadan havia sido condenado à morte por um tribunal de Alexandria no ano passado, junto com outro manifestante. Os dois foram acusados e considerados culpados de empurrar jovens egípcios do alto de um prédio durante uma manifestação anti-Mursi.
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Desde a queda de Mursi, centenas de simpatizantes do ex-presidente conservador islâmico e membros da Irmandade Muçulmana, uma organização partidária presente em vários países do Oriente Médio, foram condenados à morte. Os julgamentos são cercados de controvérsia pela rapidez com que as sentenças foram decididas, assim como a aplicação massiva contra 500, 700 pessoas de uma única vez.
Logo após a queda de Mursi, o ex-chefe das Forças Armadas, que comandou o golpe, e depois foi eleito presidente do Egito, Abdel Fattah al-Sissi, lançou uma repressão sangrenta contra os defensores de um governo islâmico para o Egito. A repressão provocou 1.400 mortes. Cerca de 15 mil simpatizantes de Mursi foram detidos pelo atual regime. A Irmandade Muçulmana foi declarada "organização terrorista" pelas autoridades em dezembro passado.
O governo de al-Sissi é acusado pela oposição de instrumentalizar a justiça em julgamentos arbitrários, em que centenas de pessoas são condenadas à morte em poucos minutos. O presidente deposto é alvo de vários processos judiciais, assim como os principais líderes da Irmandade Muçulmana. Mursi corre o risco de ser condenado à pena de morte em quatro casos.
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