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Israel/Colonização

Palestina critica intenção de Netanyahu de incorporar Cisjordânia

Autoridades palestinas criticaram fortemente nesta terça-feira a suposta pretensão do primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, de negociar a futura anexação das colônias construídas na Cisjordânia ocupada. Em sua edição de hoje, o jornal hebraico Haaretz cita uma fonte israelense que afirma que o assunto teria sido abordado em um encontro na semana passada entre o premiê e a chefe da diplomacia europeia, Federica Mogherini.

Palestina vende azeite diante de cartazes de campanha de Benjamin Netanyahu na Cisjordânia
Palestina vende azeite diante de cartazes de campanha de Benjamin Netanyahu na Cisjordânia AFP PHOTO / MENAHEM KAHANA
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A ampliação das fronteiras seria uma condição imposta por Netanyahu para um acordo de paz. Ele teria argumentado que, assim, ficaria claro para Israel, em quais partes da Cisjordânia os colonos judeus poderiam continuar a construir - uma ideia considerada "completamente inaceitável" pelo negociador palestino Saeb Erakat.

Legitimar ocupação

Para ele, discutir as fronteiras dos blocos de colonização é uma tentativa de legitimar a ocupação e mudar unilateralmente o território da Palestina reconhecido pelas internacionalmente segundo as fronteiras estabelecidas em 1967.

Em comunicado, a dirigente palestina Hanan Ashraui afirmou que "todas as colônias são ilegais e violam abertamente o direito e o consenso internacional". A proposta atribuída a Netanyahu tem "uma intenção desonesta e manipuladora", atacou.

Interrupção total da colonização

Nabil Abu Rudeina, porta-voz da presidência palestina, exigiu a interrupção total da colonização e condicionou qualquer negociação ao "reconhecimento das fronteiras de 1967 e de al-Qods (Jerusalém, em árabe), como capital do Estado Palestino independente".

A comunidade internacional considera ilegal a colonização, ou seja, a construção de casas nos territórios ocupados ou anexados por Israel depois de 1967. Atualmente, cerca de 580 mil colonos judeus vivem na Cisjordânia e no setor oriental de Jerusalém, também anexado pelo Estado Hebreu.

Coalizão direitista

Benjamin Netanyahu, que foi reeleito nas eleições legislativas de março, prometeu em campanha continuar com a colonização e enterrar a possibilidade de criação de um Estado Palestino.

Apesar de ele ter recuado levemente dessa última ideia depois de assumir o governo, seu novo gabinete, que deve assumir o cargo em maio, certamente não hesitará em carregar o piano. Trata-se de uma composição de extrema-direita, repleta de nacionalistas e ultra-ortodoxos.
 

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