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Grécia

Bancos reabrem na Grécia

As instituições bancárias helénicas voltaram a abrir as suas portas esta segunda-feira depois de três semanas de encerramento forçado. A retoma de actividade é no entanto parcial no quadro de um controle de capitais que se mantém. Após a obtenção de um empréstimo de urgência, a Grécia reembolsava hoje o FMI e o BCE.

Os bancos gregos reabriram esta segunda-feira mas com serviços reduzidos
Os bancos gregos reabriram esta segunda-feira mas com serviços reduzidos REUTERS/Yiannis Kourtoglou
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Fechada há três semanas perante a pressão sofrida após o anúncio do referendo sobre as propostas dos credores e a consequente implementação de um controle de capitais, a banca grega voltou a acolher os seus clientes oferencedo um leque de serviços restrito.

Os gregos já podem fazer uso dos seus cartões de crédito para compras no estrangeiro em constraste com as fortes restrições vigentes nas últimas três semanas. Por seu turno, o montante máximo de levantamento permitido de uma só vez é de 300 € (5 x 60) na próxima sexta-feira ao passo que até à data eram disponibilizados 60 € por dia. Na sexta-feira da próxima semana, o montante máximo será de 420 € (7 x 60).

Em suma, trata-se de uma gama de serviços mais abrangente mas ainda limitada pois a banca grega está longe de ter uma abundância de liquidez e mantém-se o controle de capitais se bem que de forma menos constrangedora. Atestam as declarações de Louka Katseli, presidente da União dos bancos gregos e do Banco Nacional da Grécia, um dos quatro principais grupos bancários, exortando os clientes a depositarem as suas poupanças para reforçar a solvabilidade do sistema. Recorde-se que, desde dezembro passado, cerca de 40 mil milhões foram retirados dos bancos helénicos o que degradou a sua situação.

Em entrevista à RFI, Vítor Vicente, português residente em Atenas, relata a reacção dos gregos à abertura dos bancos.

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Vítor Vicente - A reabertura dos bancos

Após o desbloqueio pela União Europeia, na passada sexta-feira, de cerca de 7,1 mil milhões de euros num empréstimo de urgência a três meses, a Grécia pôde hoje desencadear o reembolso de mais de 6 mil milhões de euros ao Fundo Monetário Internacional (FMI) e ao Banco Central Europeu (BCE). Em causa estavam dois pagamentos em atraso ao FMI, 1,56 mil mllhões e 475 milhões que não foram reembolsados em 30 de junho e 13 de julho respectivamente, e o cumprimento do reembolso de 4,2 mil milhões ao BCE previsto esta segunda-feira.

Este empréstimo de transição servia efectivamente para regularizar a questão da dívida e para cobrir as próximas datas de reembolso. Isto permitirá que no próximo mês se negoceie os contornos finais do programa de resgate que prevê um financiamento de 86 mil milhões de euros para os próximos três anos.

Na sequência do acordo para um terceiro resgate, a Grécia sofreu, esta segunda-feira, um aumento substancial do Imposto sobre o Valor Acrescentado (IVA) tal como tida sido aprovado pelo hemiciclo helénico na passada quarta-feira. O IVA passou de 13 para 23 % em vários sectores, incluindo na restauração, permanecendo a 13 % na hotelaria e sendo ligeiramente reduzido para 6% no que toca a medicamentos e bens culturais. Com esta medida, o governo liderado por Alexis Tsipras espera uma suplemento de receitas fiscais anuais da ordem de 2,4 mil millhões a partir de 2016 et de 795 milhões este ano.

Vítor Vicente comenta aqui o impacto recessivo que poderá ter o aumento do IVA.

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Vítor Vicente - O aumento do IVA

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