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EXPO 2015

Slow Food fascina italianos com montra na Expo 2015

O movimento Slow Food está presente na Exposição Universal de Milão, que decorre ao final de Outubro. Com um stand de actividades pedagógicas e um programa de conferências, os organizadores aproveitam o tema principal da Expo 2015, “Alimentando o planeta, energia para a vida”, para sensibilizar os visitantes à importância de uma agroalimentação ecológica, saudável e agradável.

Pavilhão do movimento Slow Food na Expo 2015 tem atraído visitantes, apesar da sua localização
Pavilhão do movimento Slow Food na Expo 2015 tem atraído visitantes, apesar da sua localização RFI
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Melhorar a qualidade da alimentação e reservar mais tempo para a saborear são as principais batalhas do Slow Food, movimento criado nos anos 1980 pelo italiano Carlo Petrini e que, aos poucos, ganhou adeptos pelo mundo. Segundo a própria organização, mais de 1 milhão de pessoas, entre militantes, chefes de cozinha, pescadores, agricultores, peritos e investigadores aderiram aos princípios do grupo em 150 países. No entanto, a Itália, mundialmente conhecida pelo culto à sua gastronomia, continua a ser a montra do Slow Food.

Para tornar o movimento ainda mais conhecido, o grupo montou um stand na Expo 2015. A abertura contou com a presença de Gaetano Pascale, presidente do Slow Food na Itália.

O espaço tenta, através de uma série de animações, fotografias e vídeos, sensibilizar o visitante para a importância de uma alimentação de qualidade, baseada principalmente na biodiversidade. “Uma das atracções é a ‘Arca do Gosto’ na qual mostramos todos os produtos que estão em fase de extinção e que tentamos preservar”, explica Sara Rubeis, conferencista no stand Slow Food.

A visita continua numa área de provas, onde é possível experimentar queijos e vinhos. “Escolhemos estes produtos pois eles mostram que, a partir de uma única matéria prima, como o leite, é possível fazer uma variade gigantesca de queijos”, relata a militante.

Os produtos da Itália são a maioria, mas algumas variedades francesas, suíças e inglesas também são apresentadas num sistema rotativo que muda de semana a semana, até ao fim da Expo 2015.

Slow Food ensina o prazer da alimentação saudável

O direito ao prazer da alimentação, utilizando produtos artesanais de qualidade, respeitando não apenas o meio ambiente, mas também aqueles que os produzem, é o fio condutor do espaço Slow Food na Expo 2015. As conferências e ateliers têm lugar diariamente durante a manhã e abordam temas como a importância da água, das abelhas ou da luta contra o desperdício alimentar.

Noutro espaço, o visitante tem a possibilidade de participar numa série de atividades lúdicas, como o jogo no qual tem que descobrir, apenas pelo tacto ou pelo olfacto, produtos naturais escondidos em caixas de madeira.

A animação é uma das favoritas das crianças, mas também dos adultos, que se surpreendem ao sentir perfumes e sensações táteis praticamente esquecidas por causa da industrialização dos alimentos.

 

Visitantes passeiam pelo stand do movimento Slow Food na Expo 2015
Visitantes passeiam pelo stand do movimento Slow Food na Expo 2015 RFI

Identificar texturas e cheiros perdidos

Uma mesa também mostra o lado nocivo dos produtos industrializados, como as verduras que são vendidas nos supermercados em sacos plásticos fechados, lavadas e cortadas.

Os organizadores explicam que esse tipo de alimento não só custa dez vezes mais que um pé de alface, mas também é nocivo, pois a água usada para limpá-lo possui substâncias químicas para o preservar.

“Esse tipo de exposição lembra-nos que poderíamos mudar os nossos hábitos de consumo, levando em conta o melhor desenvolvimento do planeta, e não apenas comprar coisas em função de nosso ritmo de vida acelerado”, comenta Denis, um turista belga que visitava a mostra com sua filha.

O único ponto negativo é a localização do stand Slow Food, situado ao lado da entrada das excursões, no final da avenida de 1,5 quilómetro de extensão que abriga a Exposição Universal de Milão.

“É preciso estar muito motivado para chegar até aqui”, reclama Emily, uma turista francesa. “Até o McDonalds, símbolo do fast food, está melhor situado no percurso”, ironiza.

Relato de Silvano Mendes, enviado especial do serviço Brasil da RFI a Milão

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