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Irão/Síria

Irão entra nas conversações sobre a Síria

Teerão vai participar, pela primeira vez, nas conversações sobre o conflito na Síria. O novo ciclo de negociações vai contar, ainda, com os chefes das diplomacias americana, russa, turca e saudita, esta sexta-feira, em Viena, na Áustria.

REUTERS/Khalil Ashawi
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O Irão vai estar representado, pela primeira vez, em Viena, na Áustria, esta sexta-feira, durante a reunião internacional sobre a Síria. O encontro é precedido pela reunião, esta quinta-feira, dos chefes da diplomacia americana, russa, turca e saudita.

O objectivo das negociações é encontrar uma solução política para o conflito na Síria que fez mais de 250 mil mortos desde 2011.

O Irão xiita e a Arábia Saudita sunita são as duas grandes potências rivais da região e opõem-se abertamente sobre a Síria. Teerão apoia financeira e militarmente o regime de Damasco, enquanto a Arábia Saudita apoia os grupos rebeldes e participa nos bombardeamentos da coligação internacional liderada pelos Estados Unidos contra o grupo jihadista autoproclamado Estado Islâmico.

 

O papel da Rússia

Desde o início do conflito na Síria, a Rússia insiste na participação do Irão nas negociações. Porém, Teerão foi afastado das negociações de Genebra de 2012 e de 2014, sob pressão dos Estados Unidos e da Arábia Saudita. Agora, de acordo com o secretário de Estado norte-americano John Kerry, o objectivo é encontrar “uma abertura política”.

O futuro do presidente sírio continua a dividir Washington e Moscovo. A Rússia começou a 30 de Setembro uma campanha de bombardeamentos aéreos intensivos na Síria. Washington teme que o objectivo da campanha seja manter no poder o chefe de Estado sírio, enquanto Moscovo afirma que pretende intervir contra o terrorismo.

Sandra Dias Fernandes, directora do curso de Relações Internacionais da Universidade do Minho, considera que a entrada de Teerão nas conversações sobre a Síria representa uma "alteração dos equilíbrios diplomáticos face à crise na Síria", considerando que “o convite ao Irão está directamente associado a uma maior presença russa na Síria” e que a presença de Teerão nas negociações vai “acentuar ainda mais o facto de a Rússia liderar o processo de transição relativamente à Síria”.

Para a professora de Relações Internacionais, “é uma incógnita” saber “se a Rússia irá apoiar ou não uma transição que envolva os múltiplos parceiros que estão no terreno ou se irá continuar a apoiar um autoritarismo cego que é aquele que se impôs até agora por parte de Bachar al-Assad”.

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Sandra Dias Fernandes, Directora do curso de Relações Internacionais da Universidade do Minho

Para a Arábia Saudita, as conversações são uma oportunidade para testar “a seriedade” do Irão e da Rússia.

Esta sexta-feira, além dos chefes das diplomacias americana, russa, turca, saudita e iraniana, vão juntar-se às negociações os ministros dos Negócios Estrangeiros libanês, egípcio, francês, alemão e a chefe da diplomacia europeia, Federica Mogherini.

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