A França apostou numa mudança de espírito e de política em Pequim. O objectivo da visita do Presidente francês foi claramente enunciada por François Hollande quando chegou à China: a França espera compromissos do maior poluidor mundial antes da COP21.
Esta segunda-feira as expectativas foram alcançadas pelo Presidente francês: a China aceitou um compromisso, no qual admite prosseguir os esforços após a Conferência em Paris com uma "cláusula de revisão". Concretamente, todos os cincos anos vai haver uma avaliação para saber em que ponto está cada país e se respeitam os compromissos.
É um passo importante sobretudo que a ONU admitiu que os compromissos actuais vão levar a um aumento de 2,7°C no aquecimento global em vez dos 2°C inicialmente previstos.
Primeiro poluidor do planeta com 25% de emissões de gases com efeito de estufa, a China também é o líder dos 77 países em desenvolvimento e foi um dos responsáveis pelo fracasso da cimeira em Copenhaga, na Dinamarca, em 2009.
Este compromisso de Pequim poderá levar outros países a seguir o exemplo chinês.
Chegada a Chongqing
Pontes gigantescas com quatro vias de circulação, por cima do rio Yang Tsé, e de seguida, dezenas de prédios com 30 a 40 andares, eis o que encontrou o Presidente francês François Hollande ao chegar a Chongqing, primeira etapa de três horas no seu périplo pela China.
«Hoje estamos com um bom dia», disse um empregado do consulado francês, mostrando o seu telemóvel. É que, como muito expatriados ou até chineses, no ecrã do telemóvel, tem o índice da qualidade do ar na cidade, que é altamente poluído.
Chongqing, é uma cidade-região com 33 milhões de habitantes, quer dizer sensívelmente metade da população francesa num espaço tão grande como a Áustria. É também a sede de empresas com indústrias pesadas, um símbolo que a China quer virar uma página.
A ambição de Pequim hoje é a seguinte: ser o líder mundial do crescimento verde e ganhar o apoio das classes médias urbanas que querem uma melhor qualidade de vida. Um momento chave na história do país.