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França

Hollande fixa as suas prioridades a 15 meses das presidenciais

Poucas horas depois do anúncio de uma remodelação ministerial que fez passar o governo de 32 a 38 ministros com o regresso notório dos ecologistas ao executivo assim como do seu antigo Primeiro-ministro Jean-Marc Ayrault para a pasta dos Negócios Estrangeiros, o Presidente François Hollande concedeu uma entrevista televisiva na qual explicou as suas prioridades para os próximos meses, quando falta menos de um ano e meio para o fim do seu mandato.

O Presidente François Hollande durante a sua entrevista de ontem à noite no Eliseu.
O Presidente François Hollande durante a sua entrevista de ontem à noite no Eliseu. REUTERS/Stephane de Sakutin
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"A segurança, o emprego e a ecologia" são os lemas fixados por François Hollande a esta nova equipa governativa sobre a qual tanto os editorialistas como o microcosmo político não transbordaram de entusiasmo, suspeitando o Presidente de proceder apenas a cálculos políticos com vista a obter uma base mais alargada na eventualidade de se candidatar à sua própria sucessão. Ao ser questionado sobre esta hipótese, o Presidente não respondeu nem sobre as suas intenções "no momento oportuno, decidirei", nem tão pouco sobre a possibilidade de se submeter ao voto de primárias tal como reclamado por uma parte da esquerda.

Ouça o presidente francês François Hollande.

01:02

O discurso do Presidente Hollande

No rol dos anúncios feitos ontem à noite, o Presidente comunicou a sua decisão de organizar um referendo local na região de Nantes no oeste de França sobre o polémico projecto de construção de um novo aeroporto em Notre-Dame des Landes que envenenou todo o seu mandato sem nunca se chegar a um consenso. O seu novo ministro dos Negócios Estrangeiros, Jean-Marc Ayrault que é também autarca de Nantes é um dos mais ferozes defensores desse projecto, mas os verdes que acabam de integrar o governo de Manuel Valls dedicam a mesma energia a combater este projecto. Ao explicar a sua decisão, François Hollande mencionou que a construção do novo aeroporto devia arrancar em Outubro e que até lá, a população iria ser informada. No caso de uma maioria de habitantes da região se pronunciar contra o projecto, "o Estado irá assumir as consequências", disse François Hollande.

Durante esta entrevista, o Presidente anunciou igualmente que até ao dia 17 de Fevereiro deverá ser decidida uma nova diminuição imediata das cotizações sociais para o sector da agricultura em grande dificuldade, referindo que também haveria "mexidas a nível europeu", isto quando faltam alguns dias para a realização de um Conselho Europeu sobre esta questão na próxima segunda-feira.

Relativamente à política externa, Hollande exigiu o fim dos bombardeamentos russos na Síria em apoio ao presidente Bachar el Assad que "massacra uma parte do seu povo" e reiterou o desejo de ver o chefe de Estado sírio abandonar o poder. Paralelamente, o presidente evocou o debate em torno da revisão constitucional abrindo a porta à inscrição do Estado de Emergência na Constituição assim como à destituição da nacionalidade francesa para os indivíduos envolvidos em actos terroristas. Para Hollande, este debate não deve eternizar-se, "os franceses querem que isto acabe e eu também porque há outros textos, outras reformas" referiu ainda o presidente que, depois de um nítida subida nas sondagens após os atentados de Novembro, està novamente a atravessar um período de extrema impopularidade.

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