Brasil: Temer ganha protagonismo em plena crise
O vice-presidente brasileiro tem-se desdobrado numa roda viva de contactos após o início do processo de destituição de Dilma Rousseff. Michel Temer que alegou esperar "silenciosa e respeitosamente" a decisão da câmara alta do parlamento que poderá ocorrer o mais tardar a 17 de Maio.
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O advogado de origem libanesa, Michel Temer, vice-presidente brasileiro, é oriundo das fileiras do PMDB, partido que viabilizara uma coligação com o PT de Dilma Rousseff antes de lhe retirar a sua confiança política no decurso da crise em curso.
Caso o Senado valide a decisão da câmara baixa do parlamento de domingo passado de destituir Dilma Rousseff esta será afastada provisoriamente da chefia do Estado, na expectativa de uma sentença definitiva.
Competirá, então, a Temer assumir as rédeas do poder: ele tem mantido encontros com altas figuras políticas brasileiras, alega a imprensa do país.
Porém este alegou esperar "silenciosa e respeitosamente" a decisão da câmara alta brasileira.
Michel Temer, vice-presidente brasileiro
O PT de Dilma que tem ironizado acerca do governo que Temer estaria já a tentar formar, na expectativa de um afastamento da líder brasileira, um executivo de menor dimensão do que o actual.
De acordo com sondagens reveladas pela imprensa brasileira a oposição teria o peso necessário para provocar a queda de Dilma Rousseff e o seu consequente julgamento.
E isto por ela ser suspeita de ter alterado as contas públicas por forma a garantir a sua reeleição em 2014, facto contestado pela presidente que denuncia um golpe de Estado em curso, sem fundamento jurídico.
A crise política brasileira em curso é sem precedentes desde o processo de destituição do presidente Fernando Collor de Mello que levara à sua demissão em 1992.
Uma crise que tem eco, obviamente, junto doa países limítrofes e dos parceiros tradicionais de Brasilia.
Nicolas Maduro, presidente da vizinha Venezuela, também ele de esquerda, veio denunciar um golpe de Estado parlamentar contra Dilma Rousseff que ameaçaria toda a América latina, deixando a entender que por detrás estariam interesses americanos para reinstaurar interesses neo-liberais repressivos.
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