Segundo dia mundial de sensibilização sobre o albinismo
Celebrou-se esta segunda-feira o 2° dia mundial de sensibilização sobre o albinismo, um fenómeno que se caracteriza pela ausência de pigmentação da pele e aumenta as probabilidades de contrair cancro da pele e ter problemas de visão para quem tem essa característica. Instituído desde o ano passado pela ONU, esta jornada de reflexão visa sensibilizar sobre a condição dos albinos que a nível mundial têm que enfrentar preconceitos e sobretudo o risco de raptos, mutilações e assassinatos devido a crenças de que o seu corpo pode curar doenças, dar sorte, poder ou dinheiro.
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Essas crenças que se consubstanciam em rituais de bruxaria estão bastante presentes em países de África, nomeadamente a Tanzânia onde em 2013 a ONU estimava que existiam 200 mil albinos, no Burundi, no Quénia, na RDC, na Suazilândia, África do Sul, em Moçambique ou ainda no Malaui. Relativamente a este último país, no passado dia 7 de Junho, a ONG de defesa dos direitos Humanos Amnistia Internacional, denunciou uma vaga de atentados contra albinos, nomeadamente jovens crianças, com pelo menos 18 pessoas mortas e 5 raptadas desde Novembro de 2014. No Malawi onde se estima que a população de albinos oscila entre 7000 e 10.000 pessoas, a ONU receia até que venham a ser exterminados.
Em Moçambique, os preconceitos e as superstições em torno dos albinos também estão muito presentes designadamente no centro e norte do território. Ainda recentemente, no dia 6 de Junho, soube-se do caso de uma criança albina de 6 anos que foi assassinada e desmembrada em Chimoio no centro do país, as autoridades acreditando que isto pode estar relacionado com feitiçaria. Estima-se que o albinismo diz respeito em Moçambique a 18 mil pessoas, 17% das quais sendo crianças cuja metade não frequentam a escola por medo de serem assassinadas ou raptadas e também por medo do estigma social de que são alvo.
Por ocasião desta jornada de sensibilização celebrada através de marchas em certos pontos do país, o Ministro da Educação e Desenvolvimento Humano Jorge Ferrão condenou os crimes de que são vítimas as pessoas albinas em Moçambique.
Ministro moçambicano da Educação e Desenvolvimento Humano, Jorge Ferrão, em declarações recolhidas pelo nosso correspondente Orfeu Lisboa
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