Irlanda do Norte à espera de resultado do referendo
Uma eventual saída do Reino Unido da União Europeia também teria um grande impacto na Irlanda do Norte. Seria nomeadamente restabelecida uma fronteira entre o país e o seu vizinho, a República da Irlanda.
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Nos últimos dias tem-se debatido muito acerca do restabelecimento da fronteira entre a República da Irlanda e a Irlanda do Norte desde que o primeiro ministro britânico, David Cameron, anunciou que, caso o Reino Unido saísse da União Europeia, "voltariam a haver postos fronteiriços".
A primeira-ministra da Irlanda do Norte, Arlene Foster, que apoia o Brexit, anunciou, no entanto, que isso não aconteceria e relembrou que "o espaço comum de livre circulação já existia antes de entrarmos na União Europeia. Os governos do Reino Unido e da Irlanda não querem que se acabe com a livre circulação por isso porque é que esses míticos postos fronteiriços haveriam de aparecer?".
Foi uma tentativa de alterar a tendência de voto dos irlandeses do Norte que, até ao momento, parecem querer votar na manutenção. Numa sondagem publicada a 20 de Junho, 37% das pessoas afirmaram querer continuar a fazer parte da União Europeia, contra 26% que apoiam o Brexit.
Ainda assim, no eleitorado há tendência que está a alarmar os analistas. As sondagens mostram que os protestantes tendem a votar na saída, enquanto que os católicos preferem a União Europeia. Muitos temem que, quando o resultado do referendo for revelado, voltem a surgir tensões no seio da população da Irlanda do Norte.
António Soares, professor na Queen's University de Belfast, na Irlanda do Norte, considera que, caso se volte a restabelecer uma fronteira entre a Irlanda do Norte e a República da Irlanda, esta fronteira teria efeitos negativos para a economia e para a população do país.
António Soares, professor na Queen's University de Belfast
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