Boris Johnson retira-se da corrida à sucessão de David Cameron
Pressentido nos últimos dias para ser o sucessor de David Cameron que deve deixar as suas funções de primeiro-ministro da Grã-Bretanha a 9 de Setembro, Boris Johnson, antigo Mayor de Londres e líder do campo do Brexit, deu uma pedrada no charco no começo desta tarde ao anunciar que afinal não é candidato ao posto de chefe do governo.
Publicado a:
"Esta pessoa não sou eu" declarou Boris Johnson ao garantir contudo que o seu papel "vai consistir em dar o maior apoio possível à próxima administração conservadora de modo a garantir que exerça correctamente o mandato que o povo lhe concedeu durante o referendo e que defenda a agenda na qual acredita".
Boris Johnson com tradução de Miguel Martins
Grande favorito até hoje para assumir as rédeas do país, Boris Johnson viu progressivamente o seu campo voltar-lhe as costas. O ministro da justiça, Michael Gove, que inicialmente tinha publicamente afirmado que iria apoiar a candidatura de Boris Johnson, voltou atrás e referiu nas colunas do semanário "The Spectator" que "tinha chegado à conclusão que Boris Johnson não era capaz de assumir a função de dirigente e de constituir uma equipa para a tarefa que se avizinha". Michael Gove, próximo de David Cameron que não aceitou que Johnson fizesse campanha pelo Brexit, avançou agora com a sua própria candidatura.
Diante dele, Michael Gove tem a ministra do interior, Theresa May, primeira escolha dos eleitores conservadores, com 36% de apoios segundo uma sondagem do "The Times". Apoiante do "Remain", Theresa May que também rejeitou abertamente a candidatura de Boris Johnson lançou oficialmente a sua candidatura hoje com a promessa de respeitar escrupulosamente o voto da maioria dos britânicos e de "não tentar fazer regressar o Reino Unido à União Europeia pela porta das traseiras". Fazendo figura de favorita no seio da opinião pública, Theresa May preconiza que o Reino Unido não active o famoso artigo 50 da Constituição Europeia que define as modalidades de saída de um país da União Europeia antes do final do ano.
Refira-se ainda que para além de Michael Gove e de Theresa May, são também candidatos para o posto de David Cameron três outras personalidades do campo conservador: Stephen Crabb, ministro do trabalho, Liam Fox, antigo ministro da defesa, e Andrea Leadsom, secretário de Estado para a Energia.
NewsletterReceba a newsletter diária RFI: noticiários, reportagens, entrevistas, análises, perfis, emissões, programas.
Me registro