Ajuda humanitária põe à prova acordo entre EUA e Rússia
O enviado especial da Organização das Nações Unidas (ONU) para a Síria, Staffan de Mistura, fez hoje um apelo ao regime sírio para autorizar "imediatamente" a entrada de ajuda humanitária.
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Depois do cessar-fogo negociado entre Estados Unidos e Rússia, a Síria continua a aguardar a chegada de comboios de ajuda humanitária, que permanecem bloqueados.
A expectativa é que a trégua anunciada pelas duas potências permita a chegada do auxílio a centenas de milhares de civis cercados em vinte cidades e localidade sírias isoladas a grande maioria pelas forças de segurança.
Desde a suspensão das hostilidades, na noite de segunda-feira, 12 de Setembro, os combates cessaram entre o regime e os rebeldes em todas as frentes de batalha, com excepção de tiros esporádicos registados pelo Observatório Sírio de Direitos Humanos (OSDH) e pela ONU.
O porta-voz do Escritório das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA) contabilizou 20 caminhões imobilizados com alimentos para 40 mil pessoas fronteira turca.
"Precisamos da permissão final do governo de Damasco para distribuir esta ajuda", afirmou o enviado especial da ONU para a Síria.
"É lamentável, perdemos tempo. A Rússia (aliada do regime sírio) concorda connosco neste ponto", afirmou Staffan de Mistura em Genebra.
Hoje, a Amnistia Internacional denunciou a situação de emergência de mais de 75.000 refugiados sírios encurralados no deserto situado na fronteira entre a Síria e a Jordânia e sem ajuda humanitária há quase dois meses.
O ministro francês das Relações Exteriores, Jean-Marc Ayrault, afirmou que a chegada da ajuda humanitária vai ser um "teste" à eficácia deste acordo russo-americano sobre a Síria; "o teste é a chegada da ajuda humanitária (às populações locais). Isso vai ser determinante, em particular em Alepo. Caso contrário, o anúncio de um cessar-fogo não será credível", disse Jean-Marc Ayrault.
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