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Camboja

Confirmada prisão perpétua para dirigentes dos khmers vermelhos

A prisão perpétua dos dois mais altos dirigentes khmers vermelhos ainda vivos foi confirmada hoje, em segunda instância, em Phnom Penh, no Camboja. Um responsável da ONU avisou que se trata de “uma mensagem aos dirigentes do mundo inteiro” para lhes mostrar que são “responsáveis pelos crimes cometidos durante os seus mandatos”.

Nuon Chea, à esquerda, e Khieu Samphan, à direita. 23 de Novembro de 2016.
Nuon Chea, à esquerda, e Khieu Samphan, à direita. 23 de Novembro de 2016. Sok Heng NHET / ECCC / AFP
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Cerca de 700 pessoas assistiram à audiência. A maior parte deslocou-se em autocarros alocados pelo próprio tribunal. Os que ficaram em casa puderam ver o veredicto na televisão nacional. Todos estavam com olhos postos no banco dos réus para virar de uma página na história sombria do Camboja. Dois milhões de pessoas, ou seja, um quarto da população, foram massacradas e torturadas entre 1975 e 1979.

A prisão perpétua dos dois mais altos dirigentes khmers vermelhos ainda vivos foi confirmada em segunda instância. Os adjuntos do líder dos khmers vermelhos, Pol Pot, que foram condenados são Nuon Chea, de 90 anos, e Khieu Samphan, de 85 anos. Ambos já tinham sido condenados a prisão perpétua em 2014 por crimes contra a humanidade no mesmo tribunal sob a égide da ONU.

David Scheffer, enviado do secretário-geral da ONU junto deste tribunal, sublinhou que se trata de “uma mensagem aos dirigentes do mundo inteiro” para lhes mostrar que são “responsáveis pelos crimes cometidos durante os seus mandatos”. O responsável apontou o dedo à Coreia do Norte, à Síria, às Filipinas e aos chefes do autoproclamado Estado Islâmico na Síria e no Iraque.

Até hoje, este tribunal, criado em 2006, só tinha condenado a prisão perpétua o chefe da prisão de Phnom Penh S-21, onde foram torturadas e executadas 15.000 pessoas.

Paralelamente, os dois antigos dirigentes hoje condenados, estão a ser julgados em outro processo por crimes de genocídio de minorias, casamentos forçados, violações e crimes perpetrados nos campos de trabalho forçado. O veredicto é esperado no final do próximo ano.
 

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