Coreia do Sul: Parlamento aprova destituição de presidente
Depois de ter sido revelado um caso de corrupção em que estava envolvida a presidente sul-coreana, Park Geun-Hye, os deputados do Parlamento votaram hoje a abertura do processo de destituição de Park Geun-Hye.
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Falta agora que o Tribunal Constitucional decida se, efectivamente, abre o processo de destituição ou não. Esta decisão poderá durar ainda algum tempo, tendo em conta que os juízes têm 6 meses para se decidirem.
É, aliás, de sublinhar que os 9 membros da corte foram nomeados por Park Geun-Hye, podendo assim ser favoráveis à presidente sul-coreana, ainda que estejam a ser fortemente pressionados pela opinião pública que pede a sua destituição.
Caso o façam, os poderes executivos da presidente sul-coreana, Park Geun-Hye, serão imediatamente transferidos para o primeiro-ministro, Hwang Kyo-Ahn, antigo procurador que nunca foi eleito.
A presidente já veio a público dizer que "pede desculpa a todos os sul-coreanos por ter criado o caos nacional devido à sua negligência". Além disso, aproveitou também para acrescentar que "não devemos baixar a guarda um único minuto tendo em conta a gravidade da situação, tanto aqui como no estrangeiro, do ponto de vista económico e da defesa nacional".
A presidente sul-coreana é acusada de vários crimes pela moção de censura apresentada no Parlamento: violação da Constituição, corrupção e abuso do poder. Tudo se deve ao facto de ter cooperado com uma amiga, Choi Soon-sil, que juntas fizeram pressão a mais de 50 empresas, entre as quais a Samsung, com o objectivo de estas doarem cerca de 70 milhões de euros a fundações de natureza duvidosa.
Park Geun-Hye pode assim vir a ser a primeira chefe de Estado sul-coreana eleita democraticamente a ser destituída.
A destituição deve-se sobretudo à perda de popularidade relâmpago que levou milhões de sul-coreanos a sairem às ruas e que fez de Park Geun-Hye a presidente mais impopular da história da Coreia do Sul.
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