ONU vai enviar observadores para Alepo
O Conselho de Segurança da ONU adoptou hoje, por unanimidade, o envio de observadores das Nações Unidas para supervisionar a evacuação da cidade de Alepo. O embaixador da Rússia na Turquia, Andrei Karlov, morreu hoje na sequência de um ataque em Ankara.
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É um sinal raro de unidade dado pelo Conselho de Segurança das Nações Unidas. Os quinze membros do Conselho de Segurança da ONU aprovaram, hoje, o envio de observadores já presentes na Síria para supervisionar a evacuação da cidade de Alepo. Até agora, Moscovo sempre vetou as resoluções sobre a Síria, dado o apoio militar que dá ao presidente Bashar Al-Assad. Resta saber se o regime de Assad vai permitir a entrada dos observadores na cidade.
O certo é que quando terminar a evacuação de Alepo, Bashar al-Assad vai poder proclamar a retoma da segunda maior cidade do país e conquistar a mais importante vitória na guerra que causou mais de 310 mil mortos desde 2011.
A resolução da ONU foi apresentada pela França e o presidente francês François Hollande declarou esperar que a adopção desta resolução permita “o pleno respeito do direito internacional humanitário na Síria” e “abra o caminho ao cessar-fogo e à negociação de uma solução política”.
Hoje, cerca de sete mil pessoas puderam deixar o sector rebelde de Alepo a bordo de 75 autocarros, tendo sido transportadas para a localidade de Khan al-Assal, também sob controlo dos rebeldes, de acordo com o Comité Internacional da Cruz Vermelha.
A evacuação tinha começado na quinta-feira - na sequência de um acordo entre a Rússia, apoiante do regime, e a Turquia, apoiante da oposição "rebelde"- mas foi suspensa no fim-de-semana com troca de acusações sobre violação do acordo.
No total, pelo menos 14.000 pessoas, incluindo 4.000 rebeldes, deixaram Alepo, segundo o Observatório Sírio dos Direitos Humanos. A cidade estava sitiada há mais de quatro meses e submetida a intensos bombardeamentos há um mês.
Esta tarde, o embaixador da Rússia na Turquia, Andrei Karlov, morreu na sequência de um ataque em Ankara. O representante diplomático estava a visitar uma exposição de fotografia, quando um homem abriu fogo contra ele. O ataque acontece na véspera de uma reunião, em Moscovo, entre os chefes da diplomacia da Rússia, Irão e Turquia para discutir um cessar-fogo em Alepo.
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