Cimeira do G7 de Sicília termina com o Não de Trump ao Clima
Chega ao fim mais uma cimeira do G7, de 2 dias, na Sicília, Itália, onde estiveram em cima da mesa, o terrorismo, matéria mais consensual no combate aos grupos terroristas, ou ainda o comércio mundial, com os Estados Unidos, reticentes, mas não contra e o acordo sobre o clima, que Trump, continua a recusar.
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No segundo e útimo dia da cimeira G7 de Taormina, Sicília, na Itália os chefes de estado e de governo dos países mais ricos do mundo, não chegaram a acordo em matéria do clima, acordo de Paris.
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que denunciou desde a sua eleição à Casa Branca, o acordo assinado pelo ex-presidente americano, Obama, reafirmou nesta cimeira do G7 a sua posição de não rubricar o documento internacional de Paris.
Apesar da insistência dos 6 outros líderes mundiais, nomeadamente, o Presidente francês, Macron, em convencer Trump, o chefe da Casa Branca, intransigente, disse que o máximo que podia fazer, de momento, era pedir mais tempo para pensar e dar uma resposta definitiva dentro de uma semana.
Assim a declaração final da cimeira do G7, Estados Unidos, França, Japão, Itália, Alemanha e Canadá, será, pois, uma constatação da desunião dos membros do grupo, sobre o aquecimento global, um acordo internacional, que em resumo recomenda a redução das emissões gás com efeito de estufa.
No texto, figura que os "Estads Unidos, continuam a reflectir sobre a questão, enquanto os seis outros países, reafirmaram o seu compromisso a favor do acordo de Paris.
A Presidência francesa recusa falar em fracasso mesmo se reconhece que há "um ponto que preocupa a França: é que os Estados Unidos façam parte do acordo não ficando de fora".
Mas para que não haja falsas esperanças, o conselheiro nacional de segurança americano, general MacMaster, declarou que "há uma coisa que não mudará: o Presidente Donald Trump, tomará as suas decisões em função daquilo que pensa ser melhor para os americanos".
Ora bem, o discurso de campanha de Trump, foi América em primeiro lugar e desde então declarou que o acordo sobre o clima ia contra os interesses dos americanos.
Sobre outro assunto espinhoso, o comércio internacional, os dirigentes do G7 conseguiram manter os Estados Unidos num quadro multilateral, o que não é contraditório com a política de Trump, de assinar acordos bilaterais nessa matéria, como fez com o Canadá ou o Reino Unido.
Pelo contrário onde houve mais avanços foi em matéria da luta contra o terrorismo nomeadamente o jiadismo do Estado islâmico.
Haverá mais pressão sobre os grandes grupos da Internet, como Google, Facebook e outras redes sociais, para que reforcem a luta contra conteúdos radicais dos terroristas.
Os chefes de estado e de governo do G7 pediram igualmente ao primeiro-ministro do Japão, Shinzo Abe, para manter a sua linha de firmeza em relação à Coreia do Norte que continua com as suas provocações lançando mísseis balísticos em direcção à zona exclusiva marítima japonesa.
O Presidente americano, Trump, garantiu a Shinzo Abe, que "o problema norte-coreano será resolvido".
Enfim, a Itália, na qualidade de presidente do G7, fez da África uma das suas prioridades e está a tentar adoptar uma declaração ambiciosa sobre a "mobilidade humana" sobre a questão sensível da imigração.
Conclusão: grosso modo, palavras, segundo certos analistas, que declaram que estas cimeiras, como as do G7, já não servem para nada de concreto.
Apenas declarações de intenções e muitas horas de conversa, que na prática, não terão nenhum efeito positivo, pois, os acordos não são respeitados, como é o caso do acordo sobre o clima, recusado pelo Presidente americano Donald Trump, cuja preferência vai para o bilateralismo e não multilateralismo.
João Matos sobre a cimeira do G7 na Itália
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