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França

O maremoto Macron não foi tão forte como se previa

Mais de 47 milhões de eleitores foram chamados hoje às urnas para eleger 577 deputados na segunda volta das legislativas, fechando hoje o ciclo eleitoral no qual tem vivido a França desde o passado mês de Abril. De acordo com as primeiras estimativas de resultados à boca das urnas, a taxa de abstenção ascendeu aos 56,6%, ou seja ainda pior do que os cerca de 51% atingidos na primeira volta na semana passada e a mais alta alguma vez registada desde que vigora a Quinta Republica. Por outro lado, outros resultados provisórios dão pelo menos 361 assentos parlamentares a "Republique en Marche" de Macron e seus aliados centristas, uma maioria absoluta confortável mas menos importante do que se antevia.

Assembleia Nacional Francesa.
Assembleia Nacional Francesa. LUDOVIC MARIN / AFP
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Segundo esses mesmos resultados provisórios, os Republicanos e seus aliados terão recolhido 126 assentos, um resultado que do ponto de vista de François Baroin, líder dos Republicanos, é "suficiente para fazer valer as suas convicções". O Partido Socialista que ainda há poucas semanas era maioritário no parlamento, teria agora 46 assentos, uma derrota 'incontestável" assumida pelo primeiro secretário do partido Jean-Christophe Cambadélis que anunciou a sua demissão da liderança dos socialistas. A extrema-esquerda da "França Insubmissa" teria alcançado pelo menos 26 assentos parlamentares, o líder do movimento Jean-Luc Mélenchon tendo sido eleito no seu círculo eleitoral. Ao insistir sobre a importância da taxa de abstenção, Mélenchon considerou que o "governo não tem legitimidade para conduzir o seu golpe de Estado Social". Entretanto, do outro lado do xadrez político, na extrema-direita, Marine le Pen foi eleita juntamente com pelo menos 7 outros membros do seu partido. Le Pen considerou que o seu partido "é a única força de resistência face à diluição da França".

Ao interpretar os resultados desta noite, o Primeiro-Ministro Edouard Phillipe considerou que "os franceses preferiram a esperança à ira". Amanhã Edouard Phillipe deveria entregar a demissão do seu governo para formar um novo executivo que, de acordo com analistas, não deveria conhecer grandes alterações. A nova Assembleia Nacional profundamente renovada deve reunir-se no próximo dia 27 de Junho para eleger o seu novo presidente. No 24 de Setembro, será a vez do Senado de se renovar.

Embora a sua maioria não tenha atingido os 400 deputados que se anteviam há apenas algumas horas, o Presidente Macron aborda os próximos meses numa posição confortável para conduzir os seus projectos nomeadamente de reforma do código laboral ou ainda a introdução do Estado de Emergência no Direito Comum. Resta saber se a forte abstenção registada nestas legislativas representa um nicho de resistência ou, pelo contrário, um cheque em branco aos projectos presidenciais.

 

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