Hong Kong : Protestos por liberdade

O dia 1 de Julho, em Hong Kong, é sinónimo de transferência de administração. O vigésimo aniversário foi celebrado hoje, dia em que Carry Lam tomou posse numa cerimónia que contou com a presença do presidente chinês, Xi Jinping.

Protestos em Hong Kong, no dia 1 de Julho de 2017 DR

No discurso dos 20 anos da passagem de administração, Xi deixou um alerta aos separatistas: “qualquer tentativa de ameaçar a soberania e segurança da China, desafiar o poder do Governo Central e a autoridade da Lei Básica da região ou usar Hong Kong para infiltrações ou actividades de sabotagem contra a China é um acto que passa a linha vermelha e é totalmente inadmissível”, disse o presidente.

Foi também hoje o dia de nove protestos que arrancaram do Victoria Park rumo a Wan Chai, por volta das 15h. No entanto, os ânimos e preparativos já se faziam sentir muito antes. A saída de metro de Causeway Bay era o prelúdio da manifestação. Dezenas de stands foram montados e os palanques davam suporte aos activistas que gritavam palavras de liberdade.

Mais do que a independência, em causa está, pelas declarações dadas, um pedido de respeito pela política de “um país, dois sistemas” que, consideram muitos, não está a ser levada a sério por Pequim,

Também na rua, dominaram palavras de liberdade para o Nóbel da Paz,  Liu Xiaobo e pelo respeito pelos direitos humanos. As causas sociais, as desigualdades no território, a protecção da liberdade de imprensa e a inclusão das várias culturas que vivem em Hong Kong não foram esquecidos neste dia.

O pró-democrata Joshua Wong, ontem libertado, esteve também presente a dar a cara pelo partido que lidera, o Demosisto.

No protesto em si, as forças presentes foram as mesmas. Foi um grito pacífico pela manutenção da liberdade em todos os aspectos no território. Apesar do aparato policial que seguiu os manifestantes, não existiram incidentes.

Andreia Silva e Sofia Mota, Hong Kong, RFI