Hebron é Património Mundial da UNESCO

Hebron passou a ser, hoje, Património Mundial da UNESCO. A Comissão de Património Mundial da Organização para a Educação, Ciência e Cultura das Nações Unidas declarou a cidade velha de Hebron, na Cisjordânia, como “local de valor universal excepcional”.

Túmulo dos Patriarcas, Hebron. REUTERS/Mussa Qawasma

A inclusão de Hebron na lista do Património Mundial da UNESCO teve 12 votos a favor, seis abstenções e três contra. A Comissão de Património Mundial, reunida em Cracóvia, no sul da Polónia, declarou a cidade velha de Hebron como “local de valor universal excepcional”.

A UNESCO inscreveu a cidade velha de Hebron em duas listas, a do Património Mundial e a do Património em Perigo.

O ministro palestiniano dos Negócios Estrangeiros falou em “sucesso numa batalha diplomática levada a cabo por palestinianos em todas as frentes face às pressões israelitas e americanas”.

O empresário Adid Bakri, na Cisjordânia, congratula-se também com esta medida alegando que é o reconhecimento da soberania palestiniana de Hebron, em relação à ocupação israelita.

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Adid Bakri, empresário palestiniano na Cisjordânia

Já o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, falou em “mais uma decisão delirante da UNESCO”, afirmando que a organização “considerou que o Túmulo dos Patriarcas é um local palestiniano, o que quer dizer não judeu, e que é um local em perigo”.

As relações entre a UNESCO e Israel degradaram-se desde 2011 quando a Palestina foi admitida como membro de pleno direito. Na altura, Estados Unidos e Israel tinham cortado a contribuição financeira à UNESCO.

Em Hebron, vivem cerca de 200.000 palestinianos e algumas centenas de colonos israelitas estão reunidos num enclave protegido por soldados perto do Túmulo dos Patriarcas, um monumento a que os muçulmanos chamam a mesquita de Ibrahim.

Os palestinianos consideram que Hebron está ameaçada devido a uma subida “alarmante” de vandalismo contra edifícios palestinianos na cidade velha.