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Turquia

Turquia: 500 pessoas julgadas por conspiração política

Quase 500 pessoas são acusadas de participação no golpe de Estado falhado de julho de 2016 na Turquia. O Julgamento teve início nesta terça-feira.

Presidente turco, Recep Tayyip Erdoğan
Presidente turco, Recep Tayyip Erdoğan REUTERS/Umit Bektas
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A audiência está a decorrer sob importantes medidas de segurança, perto de Ancara, a capital turca.

No banco dos réus estão sentados os alegados líderes do golpe de estado do ano passado. 

Ao todo, o tribunal julga 486 pessoas suspeitas de terem levado a cabo a intentona turca.

Trata-se de um dos mais importantes processos judiciais a decorrer no país.

Entre os suspeitos está Fethullah Gülen, o religioso islâmico exilado nos Estados Unidos, que o Governo turco acusa de ter organizado o golpe.

Outro dos suspeitos é o ex-comandante da força aérea, general Akin Öztürk, e ainda os civis Adil Öksüz e Kemal Batmaz, considerados os cérebros civis do
golpe.

Seis dos suspeitos, incluindo Öksüz e Gulen, estão foragidos ou exilados, e
serão julgados in absentia.

O julgamento que hoje se iniciou refere-se aos importantes eventos que ocorreram na base aérea de Akinci, nos arredores de Ancara, de onde levantaram vários jatos golpistas, que bombardearam o parlamento bem como vários edifícios da polícia e o próprio palácio presidencial.

A base aérea em questão parece ter sido o centro das operações golpistas, e foi para lá que foram levados o chefe de estado militar das forças armadas, e outros militares que foram sequestrados na noite do golpe.

Numa sala de audiências contruída propositadamente para o efeito, e debaixo de
grandes medidas de segurança, os 416 suspeitos ouviram a acusação dos juízes: violação da constituição, tentativa de assassinato do presidente, tentaviva de derrubar o governo da Turquia, formação de um grupo terrorista, homicídio, entre
outras acusações.

O processo tem mais de 6000 páginas, e a justiça turca pede prisão perpétua para 45 dos suspeitos.

No exterior do complexo, várias centenas de manifestantes pró-governamentais exigiam a pena de morte.

Este processo poderá clarificar vários detalhes ainda obscuros do falhado golpe de Estado.

Embora seja mais ou menos consensual que o putsch foi, de facto, protagonizado por indivíduos associados à rede Gulenista, subsistem dúvidas e interrogações sobre como tudo foi organizado.

A Turquia já pediu a Washington a extradição de Gülen, sem sucesso até agora.

Oiça aqui a crónica do nosso correspondente em Ancara, José Pedro Tavares.

02:22

Correspondência de Ancara

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