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Quénia

Quénia: assassínio de dirigente da comissão eleitoral

O Quénia está em estado de choque após o assassínio do chefe eleitoral Chris Msando que era responsável pela vigilância do sistema informático da votação. Os riscos de fraude põem em causa a confiança dos cidadãos nas eleições gerais previstas para o próximo dia 8. Existem também receios sobre um possível regresso da violência interétnica que causou 1200 mortos em 2007 nas últimas eleições.

Boletim de voto para as eleições gerais no dia 8 de Agosto de 2017.
Boletim de voto para as eleições gerais no dia 8 de Agosto de 2017. REUTERS/Baz Ratner
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As próximas eleições gerais estão previstas para o dia 8 de Agosto de 2017, 19 milhões de quenianos irão às urnas para eleger o seu presidente, mas também deputados, senadores, governadores e representantes das Assembleias locais.

Dez anos após as violências que ocorreram no Quénia à seguir as eleições de Dezembro de 2007, e que fizeram quase 1200 mortos e mais de 600 000 deslocados internos, está a crescer a tensão no país após o assassínio de Chris Msando, chefe eleitoral responsável do sistema informático queniano.

O corpo de Chris Msando, responsável encarregue de supervisionar o sistema informático (IEBC), foi encontrado com sinais de tortura, nos arredores da capital a 1 de Agosto de 2017.

Não havia dúvida de que ele foi torturado e assassinado. A única pergunta na nossa mente é quem [o matou] e por que ele foi morto alguns dias antes das eleições”, disse Chebukati presidente da IEBC, na segunda-feira.

Em teoria, o sistema de votação eletrónico é muito seguro, 41 000 secções eleitorais estão equipadas de tabletes tácteis e biométricas que podem transmitir os resultados dos votos num tempo recorde.Msando estava encarregado de um sistema de identificação electrónica de eleitores do Quénia e contagem de votos visto como crucial para evitar fraudes.

Os riscos de fraude são agora um motivo de preocupação, como refere Abdullahi Halakhe da Amnistia Internacional, em entrevista à RFI.

Chris era um elemento fundamental para assegurar que toda manutenção do sistema de votação eletrónico estava totalmente segura e eficiente, e este processo tinha que ser testado na segunda-feira, no dia em que recebemos a notícia que ele foi assassinado”.

A sua morte poderá também alimentar as tensões entre os partidos políticos, de acordo com Georges Kigoro, director da Comissão dos direitos humanos no Quénia.

A opinião pública, e a de um grande número de pessoas, é que Chris Msando foi assassinado por motivos ligados ao seu trabalho. E agora por exemplo, se a oposição perder as eleições, isto vai facilitar a contestação dos resultados”.

Ouça, em baixo, apontamento sobre a tensão eleitoral no Quénia.

01:19

Tensões políticas no Quénia após morte de Chris Msando

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