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Síria

Que futuro para Raqa?

Depois das Forças Democráticas Sírias anunciarem ontem ter retomado o controlo de Raqa, a "capital" do grupo Estado Islâmico na Síria, em Washington as reacções foram díspares. Enquanto o Pentágono considera que Raqa ainda não foi reconquistada, que o Departamento de Estado também sublinha que 10% da cidade continuam por retomar, o presidente Donald Trump por sua vez declara que esta vitória "demonstra a eficácia da estratégia militar adoptada pela Casa Branca".

Combatente das Forças Democáticas Sírias no dia 16 de Outubro em Raqa.
Combatente das Forças Democáticas Sírias no dia 16 de Outubro em Raqa. REUTERS/Rodi Said
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Apesar deste importante revés para o grupo Estado Islâmico com a coligação internacional a considerar que os jihadistas perderam praticamente 90% dos territórios que controlavam desde 2014 na Síria e no Iraque, a coligação internacional indica que Daesh ainda tem em mãos duas localidades junto da fronteira da Síria com o Iraque, Al-Qaïm e Rawa.

Durante os 4 meses de combates para a reconquista da cidade, a coligação internacional refere ainda que cerca de 400 jihadistas entregaram-se, foram encontrados esconderijos de armas, locais para fabrico de carros armadilhados e campos de treino. O comando militar da coligação considera que se apresenta também um grande trabalho de desminagem em Raqa, cidade outrora com cerca de 220 mil habitantes, doravante destruída a 80% segundo o Observatório Sírio dos Direitos Humanos, sem água, nem luz.

Para além da questão da reconstrução, surge também a problemática do controlo a longo prazo da cidade. Reconquistada por forças de maioria curda com baixas de 500 dos seus combatentes, a cidade de Raqa é de maioria árabe sunita, o que leva observadores a anteverem possíveis fricções. Isto tanto mais que o regime sírio pretende retomar o controlo de Raqa, enquanto o principal partido curdo da Síria, o Partido da União Democrática, juntamente com os seus aliados esperam ver Raqa juntar-se ao novo sistema "federal" juntando as regiões autónomas do norte da Síria. Questionado ontem sobre o assunto, o Presidente dos Estados Unidos que apoiam os combatentes curdos na Síria e no Iraque mas que por outro lado também apoiam o governo iraquiano, respondeu "não tomamos partido".

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