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União Europeia

Brexit: via sem saída

Os líderes europeus reunidos em Bruxelas, decidiram pôr de lado o assunto “Brexit”. As negociações foram adiadas para Dezembro, mas os 27 países membros aceitam começar a preparar o caminho.

Theresa May, líder do Governo britânico.
Theresa May, líder do Governo britânico. REUTERS/Maurizio Degl'Innocenti
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A saída do Reino Unido da União Europeia ainda está por definir. Reunidos em Bruxelas, na Bélgica, os líderes europeus preferiram não tomar nenhuma decisão quanto aos avanços das negociações sobre o “Brexit”. Esses avanços são importantes para começar a desenhar o futuro da relação entre a União Europeia e o Reino Unido.

Em entrevista à RFI, Manuel Dos Santos, eurodeputado socialista português, admitiu que há ainda muitos assuntos por resolver e mostrou-se pessimista quanto ao futuro das negociações.

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Manuel Dos Santos, eurodeputado socialista português

A Europa decidiu dar algum tempo à líder do Governo britânico, Theresa May, que tem feito face em Londres à pressão dos eurocépticos, que tentam acelerar os preparativos para uma saída sem acordo.

As negociações parecem ser problemáticas por causa da compensação financeira que o Reino Unido deverá pagar à União Europeia. Em Florença, na Itália, a 22 de Setembro, Theresa May terá dito que estaria disponível para pagar os cerca de 20 mil milhões de euros da contribuição britânica para o orçamento em vigor. Frente aos jornalistas nesta sexta-feira 20 de Outubro, Theresa May afirmou apenas que o Reino Unido vai analisar cada uma das exigências da UE e que o montante final não deverá ser conhecido antes do fim das negociações.

Ainda segundo as informações divulgadas, os 27 Estados-membros aprovaram, sem demoras, a declaração sobre o estado das negociações, em que confirmaram progressos na discussão sobre os direitos dos cidadãos que vão ser afectados pelo “Brexit” e ainda sobre o futuro da fronteira entre a Irlanda e a Irlanda do Norte, esta última fazendo parte do Reino Unido.

Quanto às obrigações financeiras assumidas pelo Reino Unido, os 27 reafirmam que as propostas apresentadas não foram concretas como tinha afirmado Theresa May no seu discurso de Florença. O presidente francês, Emmanuel Macron, admitiu em declarações no fim da cimeira que “o Reino Unido ainda estava longe no que diz respeito às suas obrigações financeiras. Theresa May tem ainda de percorrer mais de metade do caminho sobre esta questão crucial”. Para Emmanuel Macron o principal problema de Theresa May é que “aqueles que desejaram o ‘Brexit’ não explicaram ao povo britânico as verdadeiras consequências desta saída da União Europeia”, concluiu.

Em Dezembro, se houver progressos suficientes, poderão avançar sobre o futuro acordo comercial entre a UE e o Reino Unido, que deverá sair oficialmente a 29 de Março de 2019. De notar que desde Junho, já foram organizadas cinco rondas negociais.

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