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TURQUIA

Turquia: início do julgamento de 11 militantes dos direitos humanos

Na Turquia, teve hoje início o julgamento de onze militantes dos direitos humanos, incluindo dois dirigentes da ONG Amnistia Internacional, acusados de terrorismo.

Detidos em Julho de 2017 durante um atelier de formação na ilha de Büküyada, teve hoje início em Istambul o julgamento de 11 militantes dos direitos humanos.
Detidos em Julho de 2017 durante um atelier de formação na ilha de Büküyada, teve hoje início em Istambul o julgamento de 11 militantes dos direitos humanos. REUTERS/Osman Orsal
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Detidos em Julho de 2017 durante um atelier de formação na ilha de Büküyada, teve hoje início em Istambul o julgamento de 11 militantes dos direitos humanos. Entre os detidos, encontra-se Idil Eser, directora da Amnistia Internacional na Turquia, assim como Taner Kiliç, presidente da mesma associação no país.

 

Enquanto que Kiliç é acusado de ter "pertencido a uma organização terrorista armada", os outros são suspeitos de terem "ajudado uma organização terrorista". Segundo a procuradoria, as organizações em questão são o Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK), o movimento de Fethullah Güllen (acusado de estar na origem da tentativa de golpe de Estado de Julho de 2016) e um movimento de partido de extrema-esquerda intitulado DHKP-C. Caso sejam declarados culpados, a pena poderá chegar a 15 anos de prisão.

 

A Amnistia Internacional recusa categoricamente qualquer acusação. Num comunicado, a organização diz que as acusações são "infundadas" e "absurdas". Já John Dalhuisen, director do programa Europeu da Amnistia Internacional, em declarações à AFP, afirmou que o que está verdadeiramente em causa neste julgamento é o "estado dos direitos do Homem na Turquia assim como o do sistema judiciário turco".

 

Consternação na comunidade internacional

A decisão de Ancara levar a julgamento os 11 militantes está a gerar consternação na comunidade internacional, que teme uma deriva autoritária na Turquia. Desde Julho de 2016, aquando de um golpe de Estado falhado, foram detidas cerca de 50.000 pessoas, entre as quais jornalistas, professores e membros da sociedade civil.

 

O julgamento, aliás, já está a ter repercussões diplomáticas. Em resposta à detenção de Peter Steudtner, um dos militantes de origem alemã, Berlim anunciou que iria alterar as suas políticas económicas relativas a Ancara. Já a Suécia também convocou o embaixador turco no país para lhe comunicar que se sente "preocupada" com a detenção de outro cidadão sueco: Ali Gharavi.

 

Pedro Neto, director executivo da Amnistia Internacional em Portugal, considera que o julgamento nunca deveria ter acontecido mas espera que seja a ocasião para se apurarem os factos.

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Pedro Neto, director executivo da Amnistia Internacional em Portugal

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