Catalunha proclama independência
O parlamento catalão adoptou esta sexta-feira uma resolução que cria a "República da Catalunha"o primeiro ministro espanhol Mariano Rajoy "twetou" imediatamente que a legalidade será reposta nesta região autónoma e apelou à calma.
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O Senado espanhol aprovou esta tarde (27/10) a activação do artigo 155° da Constituição, que destitui o presidente da região autónoma da Catalunha Carles Puigdemont, o governo e as instituições regionais, e coloca a Catalunha a partir de hoje sob tutela total do governo central de Madrid, que vai organizar eleições regionais a 21 de Dezembro.
247 senadores votaram a favor, 47 contra e 2 abstiveram-se.
Carme Forcadell, presidente do Parlamento catalão
Pouco antes a presidente do parlamento regional Carme Forcadell tinha proclamado a independência e a criação da "República Catalã" através de uma resolução, que pede ao executivo regional que negoceie o seu reconhecimento a nível internacional, quando até à data nenhum Estado manifestou o seu apoio aos independentistas.
A resolução foi adoptada por 70 dos 135 deputados catalães, 10 votaram contra e 2 votaram em branco, depois de um grupo de deputados ter abandonado o hemiciclo em sinal de protesto.
A proclamação de independência entra em vigor esta sexta-feira (27/10) pois já tinha sido assinada e depois suspensa (embora não votada) no passado dia 10 de Outubro, mas foi invalidada pelo Tribunal Constitucional, que também tinha invalidado o referendo catalão de 1 de Outubro, que ditou o sim à independência com mais de 90% dos 42% de catalães que votaram.
Dezenas de milhares de independentistas manifestaram frente ao parlamento de Barcelona em apoio ao presidente do governo regional Carles Puigdemont e cantando o hino catalão, enquanto simultaneamente os bancos catalães registavam uma forte queda na Bolsa de Madrid : Banco Santander, o maior da zona euro perdeu 2,5%, CaixaBank terceiro banco espanhol perdeu cerca de 5% e o Banco Sabadell cerca de 6%.
A última tentativa de independência da Catalunha data de 6 de Outubro 1934, dia em que o Presidente do governo autónomo Lluis Companys proclamou a criação da "República Catalã" no seio da "República federal espanhola" inexistente segundo ele, mas tudo acabou 10 horas depois, com dezenas de mortos e a sua rendição ao poder de Madrid.
Confira a correspondência de Miguel Araújo, correspondente da RFI em Madrid.
Crónica de Miguel Araújo, correspondente da RFI em Madrid
Entretanto esta noite o primeiro-ministro espanhol, Mariano Rajoy, confirmou a destituição das autoridades e instituições catalãs e convocou eleições autonómicas para 21 de Dezembro alegando nunca ter pensado chegar a esta situação.
Mariano Rajoy, primeiro-ministro espanhol
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