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Myanmar

Papa apela ao "respeito de todos os grupos étnicos"

O Papa Francisco apelou, esta terça-feira,em Myanmar, ao “respeito de todos os grupos étnicos e da sua identidade”, numa alusão à minoria muçulmana rohingya. O papa evitou pronunciar a palavra “rohingya”, apesar de nos últimos meses ter falado, várias vezes, nos “irmãos rohingyas”.

O Papa Francisco reuniu-se hoje com Aung San Suu Ki.
O Papa Francisco reuniu-se hoje com Aung San Suu Ki. Vincenzo PINTO / AFP
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No seu primeiro discurso em Myanmar, o Papa Francisco considerou que o futuro da Birmânia passa pela “paz” e pelo “respeito de todos os grupos étnicos e da sua identidade”, numa alusão à minoria muçulmana rohingya, alvo de uma operação do exército classificada pela ONU como “limpeza étnica”.

O Papa pediu um “compromisso com a justiça” e “o respeito pelos direitos humanos”, durante o discurso em Naypyidaw, a capital administrativa, diante das autoridades civis do país.

Mais de 620 mil pessoas foram obrigadas a procurar refúgio no vizinho Bangladesh, desde finais de Agosto, devido à operação do exército no estado de Rakhine, no oeste de Myanmar, com a morte de centenas de pessoas, violações, incêndio de povoações e de campos de cultivo.

O Papa Francisco evitou pronunciar a palavra “rohingya”, apesar de nos últimos meses ter falado, várias vezes, nos “irmãos rohingyas”. Além disso, na segunda parte da sua viagem, ao Bangladesh, tem previsto um encontro com uma delegação de rohingyas.

Hoje, o Papa encontrou-se, durante 45 minutos, com a líder "de facto" do Governo e Prémio Nobel da Paz, Aung San Suu Ki, que tem sido muito criticada pela postura relativamente à crise dos rohingyas.

O sumo pontífice também se reuniu, horas antes, com um grupo de 17 representantes das diferentes religiões presentes em Myanmar, um país onde 90% da população é budista, mas que tem 135 etnias reconhecidas e várias confissões (os católicos representam 1% da população).

O Papa Francisco considerou que há “uma tendência para a uniformidade”, que definiu como “uma colonização cultural”, e instou os líderes religiosos a "não terem medo das diferenças" e a não se deixarem "igualar pela colonização".

Na segunda-feira, o Papa encontrou-se, durante 15 minutos, com um dos homens mais poderosos do país, o general Min Aung Hlaing, que é acusado pelas organizações de defesa dos direitos humanos de levar a cabo uma “limpeza étnica” contra a minoria muçulmana dos rohingyas.

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