Senatoriais explosivas no Alabama
3 milhões de eleitores são chamados hoje às urnas para eleger o seu segundo senador, um escrutínio que desencadeou paixões e tem assumido a aparência de um referendo sobre a política de Trump.
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Com efeito, não se trata apenas de encontrar quem vai ocupar o lugar vago desde que o senador desse estado, Jeff Sessions, foi nomeado no começo do ano para o posto de ministro da justiça. Neste estado cuja maioria dos eleitores (62%) votou por Trump nas presidenciais do ano passado, o que está em jogo é a maioria republicana no Senado, uma maioria já curta de 52 assentos sobre 100. Se o campo republicano perder esta eleição, só terá um assento a mais que os democratas.
O candidato republicano a estas senatoriais, Roy Moore, até há bem pouco tempo, tinha praticamente o lugar garantido no Senado apesar das suas declarações homófobas, anti-aborto, anti-imigração e até francamente racistas quando chegou a dizer em Setembro que "a última vez que a América foi grande, foi na época da escravatura".
Só que há cerca de um mês, começaram a surgir acusações de agressões sexuais alegadamente praticadas contra duas menores nos anos 70 quando tinha uns 30 anos. Uma situação particularmente problemática numa altura em que o país está em plena introspecção em torno dos direitos das vítimas desse tipo de violências.
Nessa altura, chegaram a ser cortados os financiamentos à sua campanha e dentro do congresso, responsáveis do seu partido apelaram-no a desistir da corrida. Contudo, ele continuou, argumentando que as alegações são "fake news", e teve o apoio do polémico antigo conselheiro presidencial Steve Bannon e do Presidente Trump que até gravou mensagens telefónicas para os eleitores daquele estado do Sul dos Estados Unidos.
Do outro lado do xadrez político, o candidato democrata Doug Jones, 63 anos, tem jogado a carta da racionalidade e tem apelado ao voto os eleitores do seu campo mas também os republicanos moderados, tendo recebido o apoio do antigo presidente Barack Obama neste sentido.
Por conseguinte, neste contexto de febrilidade, permanece a incógnita sobre o poder de persuasão dos democratas e a força que poderão ter candidaturas conservadoras que poderiam recolher votos à margem. Refira-se por outro lado que, se apesar das polémicas, o candidato republicano conseguir ser eleito para o Senado, ele corre todavia o risco de ser imediatamente investigado pela comissão de ética do Senado.
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