Cimeira da UE com Brexit em cima da mesa
Tem hoje início uma cimeira da União Europeia em Bruxelas que vai contar com a presença dos 28 dirigentes dos Estados Membros da UE. Entre os temas quentes que vão ser discutidos encontra-se nomeadamente o Brexit e os fluxos migratórios.
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A cimeira que, começa hoje e terminará amanhã, terá uma agenda carregada com dois temas quentes da actualidade europeia. Se hoje o principal debate será sobre a política de imigração de refugiados, amanhã os 28 chefes de Estado vão-se debruçar sobre o Brexit.
Brexit: início da segunda fase das negociações
Depois de Bruxelas e Londres terem encontrado um acordo prévio para o Brexit, espera-se que os 27 Estados membros restantes ratifiquem o documento que clarifica a situação dos expatriados europeus em solo britânico e o futuro da fronteira que separa a República da Irlanda da Irlanda do Norte.
Caso seja o caso, as negociações entre o Governo de Theresa May e a União Europeia podem chegar, assim, a um novo patamar: o de definir a futura relação comercial entre Londres e Bruxelas. Ainda que já se saiba que o divórcio entre a UE e o Reino Unido tenha que se consumar a 29 de Março, não se sabe ao certo qual é o tipo de parceria pretendida pelo governo de Theresa May.
No próprio seio do Governo britânico, aliás, há várias divergências, com alguns elementos a desejarem que Londres se mantenha dentro do mercado único, enquanto outros pretendem uma parceria menos profunda, limitada unicamente ao comércio sobre as mercadorias.
Estas divergências foram postas a nu quando, na quarta-feira à noite, Theresa May sofreu uma derrota pesada no Parlamento britânico após os deputados terem votado que todo acordo sobre o Brexit terá que ser ratificado no órgão legislativo britânico, contrariamente à vontade da primeira-ministra britânica.
É sobretudo devido a tudo isto que Donald Tusk, presidente do Conselho Europeu, avisou que esta segunda fase que se abre agora nas negociações entre Londres e Bruxelas será "a mais complicada".
Imigração: Polónia, Húngria e República Checa não aceitam quotas
Outro dos temas de debate durante esta cimeira é a questão dos fluxos migratórios, numa altura em que o tema continua a dividir os principais Estados membros. Enquanto que a Itália e a Grécia continuam a receber fluxos migratórios massivos, outros países como a Polónia, Húngria e República Checa recusam cumprir as quotas de acolhimento impostas por Bruxelas.
O próprio presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, numa carta aberta aos 28 Estados membros, ponderou a hipótese de retirar as quotas obrigatórias impostas aos países por "impedir o avanço na reforma necessária da política migratória europeia". Uma postura que não agradou ao comissário para as Migrações, Dimitris Avramopoulos, que qualificou a carta de inaceitável por "minar um dos principais pilares do projecto europeu: o da solidariedade".
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