Luto e luta nos Globos de Ouro 2018
A cerimónia dos Globos de Ouro 2018 fica marcada pelo protesto da classe contra o assédio sexual e a discriminação das mulheres pela indústria. Este foi o primeiro grande evento de Hollywood desde o caso Harvey Weinstein.
Publicado a:
“Boa noite senhoras e senhores que sobram! (...) Estamos em 2018, a canábis foi finalmente legalizada e o assédio sexual finalmente deixou de o ser", foi assim que o humorista Seth Meyers abriu a cerimónia, numa alusão à queda dos barões de Hollywood.
Foi de preto e em protesto que se vestiu a passadeira vermelha da 75ª cerimónia dos Globos de Ouros. Com mulheres e homens de luto e em luta, Hollywood teve esta madrugada a primeira grande oportunidade para se fazer ouvir sobre o assédio sexual e a discriminação das mulheres pela indústria, desde o início do caso Weistein.
O maior aplauso da noite foi para a estrela da televisão norte-americana Oprah, ali galardoada pela sua carreira.
“Durante demasiado tempo, as mulheres não foram ouvidas nem lhes foi dado crédito quando ousaram falar a verdade contra o poder destes homens. Mas esse tempo acabou agora!”.
Oprah fez o discurso mais firme e duro da noite. Ela que aproveitou para homenagear Recy Taylor, uma afro-americana que em 2017, pouco antes de completar 98 anos de idade, denunciou a violação colectiva de que foi vítima em 1944 por parte de homens brancos.
Fora deste contexto, esta noite foram entregues 25 prémios, para o cinema e televisão.
"The Handmaid's Tale" arrecadou os prémios de melhor série dramática e melhor actriz dramática.
Nicole Kidman foi a vencedora da categoria melhor actriz em minissérie pelo seu papel em "Big Little Lies".
O galardão de melhor filme dramático foi para “Três Cartazes à Beira da Estrada”, que foi de resto o mais premiado da noite com quatro estatuetas: melhor filme dramático, melhor actriz dramática (Frances McDormand), melhor actor secundário (Sam Rockwell) e melhor argumento.
O prémio de melhor filme estrangeiro foi para "In the Fade” (Em pedaços), uma co-produção franco-alemã, dirigida pelo alemão de origem turca Fatih Akin.
Luto e luta nos Globos de Ouro 2018
NewsletterReceba a newsletter diária RFI: noticiários, reportagens, entrevistas, análises, perfis, emissões, programas.
Me registro