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Nicarágua

Nicarágua: Oposição fala em "Operação limpeza"

Na Nicarágua as forças pró-governamentais continuam a operação em Masaya, a cerca de 30 km da capital. A oposição diz que a “Operação limpeza” visa o bairro indígena de Monimbo, um bairro onde os habitantes têm exigido a demissão do Presidente Ortega.

Nicarágua: Oposição fala em "Operação limpeza"
Nicarágua: Oposição fala em "Operação limpeza" REUTERS/Oswaldo Rivas
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O objectivo da "Operação Limpeza", nome dado pela oposição, é acabar com as barricadas no bairro indígena de Monimbo, onde os habitantes têm exigido a demissão do Presidente Ortega, que bloqueiam há várias semanas a cidade. A violenta repressão da contestação já fez mais de 300 mortos desde o passado dia 18 de Abril.

De Masaya chegam relatos de rajadas de armas automáticas e tiros de armas pesadas que ecoam nos quatro cantos da cidade. A população fala em homens encapuzados, vestidos de camisas azuis e munidos de espingardas que vigiam a cidade com mais de 100 mil habitantes, o epicentro da contestação ao governo de Ortega.

Para a advogada Juanita Jimenez, cuja família se encontra no local, a repressão tem estado a aumentar: “Não há limites. Nas rádios oficiais, eles difundem canções onde os opositores são apresentados como terroristas e mensagens que encorajam os actos criminais das forças pró-governamentais contra a população civil”, testemunha.

Outra leitura faz o ministro responsável pela Política Nacional da Nicarágua, Paul Oquist, que afirma que o avanço das forças pró-governamentais é uma boa notícia e que deverá trazer a normalidade ao país. “As boas notícias que chegam da Nicarágua dão conta de que o golpe de Estado falhou. É uma boa notícia, uma vez que vai permitir o diálogo que estava a ser impossibilitado pelos golpistas”, justificou.

A operação decorre numa altura em que a comunidade internacional pede o fim da repressão. O secretário-geral da ONU qualificou de “inaceitável” o número de mortes e o uso da força na crise no país, sublinhando que é responsabilidade do Estado proteger os seus cidadãos. António Guterres disse ainda estar disponível para trabalhar numa solução pacífica para resolver o conflito. Também o representante do Vaticano na Nicarágua, Stanislaw Waldemar Sommertag, reclamou uma trégua e regresso das partes, governo e oposição, à mesa das negociações.

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