Suécia: Empate eleitoral e subida da extrema-direita
As eleições legislativas deste domingo na Suécia saldaram-se por um empate eleitoral entre a esquerda e a direita, pela ausência de uma maioria e por uma nova subida da extrema-direita, ainda que inferior ao que indicavam as sondagens. As negociações para formar governo deverão prolongar-se por várias semanas.
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Os resultados provisórios apontam para que a coligação da esquerda - que junta o Partido Social Democrata, no poder, os Verdes e o Partido de Esquerda - tenha obtido 40,6% dos votos. Ou seja, 144 deputados, longe da maioria necessária de 175 assentos parlamentares.
A coligação “Aliança” -- de direita, formada pelos Cristãos-democratas, Liberais, Moderados e Partido do Centro - teria obtido 40,3% dos votos. Isto é, 143 deputados.
Ambos os blocos ficam, assim, aquém da maioria necessária para formar governo.
A extrema-direita dos Democratas da Suécia afirma-se como a terceira força política, com 17,6% dos votos, e passa de 49 a 62 deputados. Um resultado abaixo das expectativas dos seus dirigentes que esperavam alcançar os 20%, mas que poderá dar ao partido, eurocéptico e anti-imigração, um papel de árbitro na composição do próximo governo.
Porém, é pouco provável que os Democratas da Suécia entrem no governo porque as coligações tanto de esquerda quanto de direita excluíram essa hipótese durante a campanha eleitoral.
O primeiro-ministro sueco, Stefan Lofven, apelou a uma cooperação entre os partidos para ultrapassar o impasse político e disse que vai manter-se no cargo.
Ulf Kristersson, o líder dos Moderados, segundo partido mais votado e maior partido da Aliança de direita, pediu a demissão do primeiro-ministro e reclamou o direito de formar governo.
Os resultados definitivos devem ser divulgados no final da semana.
A chegada à Europa, em 2015, de 163.000 requerentes de asilo, ou seja, a maior taxa por habitante na União Europeia, polarizou os eleitores e quebrou o consenso político.
Bruxelas segue, de perto, as legislativas na Suécia com receios que o eurocepticismo saia reforçado no seio da União Europeia, antes das eleições europeias de Maio de 2019.
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